sábado, novembro 23, 2024
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Gonzaga recorda atuação em torcidas organizadas do Mogi

No terceiro capítulo de suas histórias no Boteco, o hoje advogado Luiz Gonzaga de Monteiro Faria recorda a época de atuação em torcidas organizadas.

Boteco – Você comandou torcidas organizadas?

Gonzaga – Nós tivemos alguns nomes, quem fundou foram meus primos que já faleceram, Zeca, o Dimas e o Ditão. Um era do Correios, o Dimas funcionário do Marangoni, chegou a ser advogado e o Ditão professor de Matemática, que era da família da Sopa, da Dona Teresa, a Equipotência. E tinha o Sapotência, que era a torcida que a gente saía com o Mogi para tudo quanto é lugar. E acredite se quiser, com isso, eu acabei fundando uma torcida em Itapira, a ItaSapos e também ia para tudo quanto é lugar. Nós fomos assistir São Paulo e Mogi, Mogi ganhou no Morumbi, fizemos a Torcida Independente ficar pianinho dentro do Morumbi.

Boteco – A Sapotência tinha relação com a ItaSapos?

Gonzaga – Comigo, sentava junto. Tinha um dos caras da ItaSapos que era bem financeiramente, ele tinha um ônibus de pescaria, o pessoal da ItaSapos viajava nesse ônibus, 40, 50 pessoas, nossa, arrepia.

Boteco – Lembra algumas histórias?

Gonzaga – Fomos jogar contra o Internacional de Limeira, lá em Limeira. Década de 80. E saiu um p… de um pau. E como você vai comparar a torcida do Internacional, que é brava, e a torcida do Mogi Mirim, desde aquela época, era considerada como torcida pó de arroz? Não tem brigador, não tem violência. Lá em Limeira, saiu uma briga. A torcida do Mogi apanhando adoidado. E começou a vir uns caras, a Polícia Militar de Limeira arriando o pau em todo mundo, aonde aparecesse, os caras que aparecessem pro meio.

Boteco – E você entrou pro meio?

Gonzaga – Eu até então fiquei sentado na arquibancada, no Limeirão. Esse amigo meu levando umas bordoadas nas costas daquelas borrachonas desse tamanho e caiu o relógio dele, um relógio chique. E começa a procurar o relógio, o cara vem e começa a dar umas bordoadas nas costas dele. Ele falava: “Zaga, meu relógio caiu, perdi o relógio, é caro”. Aí eu achei e catei o relógio. Um grandão, policial militar, veio e deu uma bordoada nas costas, uma bordoada… E olhei para cara do cara (para trás): o cara na mesma sala de aula minha, Faculdade de Direito. E na faculdade, eu era o líder e esse grandão, quase 2 metros…

Boteco – Ele não viu que era você?

Gonzaga – Não, porque eu tava abaixando para pegar o relógio, quando eu agachei e catei, veio aquela bordoada, aiiiii, e olhei pra ele. Do jeito que olhei pra ele: “filho da p… Amanhã nós conversamos lá na faculdade. Você vai ver”. E catei o relógio, dei para o amigo meu e saí. Ele falava assim: “Gonzaga, pelo amor de Deus, desculpa”. A gente chamava ele de grandão.

Boteco – Na faculdade você era líder?

Gonzaga – Era líder, fui orador de formatura, presidente do Grêmio Acadêmico, eu era líder, um dos mais velhos.

Boteco – Você sabia que ele era da PM?

Gonzaga – Sabia, ele era meu amigo. Mas ele também não sabia que era eu que tava catando o relógio do Sinval. Depois falamos, mas ele está no exercício da função dele. Ficou uma marca desse tamanho (grande) nas costas.

Boteco – Gonzaga volta, no último capítulo de suas histórias, para lembrar confusões em torcida em jogos do Mogi Mirim e Tucurense.

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