Os efeitos globais da pandemia causada pelo novo coronavírus (Covid-19) tem causado situações históricas no mundo esportivo. As Olímpiadas foram agendadas, pela primeira vez em sua era moderna, para um ano ímpar. O Torneio de Wimbledon, na Inglaterra, um dos principais campeonatos de tênis do planeta, não será disputado pela primeira vez desde o último ano da Segunda Guerra Mundial, 1945.
No mundo da velocidade o panorama é o mesmo. E a principal baixa certa para a temporada da Fórmula-1 é a ausência do Grande Prêmio de Mônaco. A prova nas ruas de Monte Carlo foi cancelada pela primeira vez na história. No começo de março, a F1 já cogitava cancelar a corrida no Principado, junto às da Austrália e China, para diminuir o calendário de 22 para 19 GP’s.
Mônaco se tornou então a segunda corrida oficialmente retirada do calendário 2020 – ao lado da Austrália. A da China segue sob suspensão. Curiosamente, mais cedo, a Pirelli havia divulgado a lista de pneus disponíveis para as equipes na etapa de Monte Carlo. Os organizadores citaram diversas razões para o cancelamento da mais famosa prova da categoria.
“A situação atual da pandemia mundial e seu caminho desconhecido de evolução, a falta de compreensão do impacto do Mundial de F1, a incerteza quanto à participação das equipes, as consequências nas diferentes medidas de confinamento adotadas por vários governos em todo o mundo, as reestruturações multinacionais para acessar o Principado de Mônaco, a pressão sobre todas as empresas envolvidas, a equipe dedicada que não pode realizar as instalações necessárias, a disponibilidade da força de trabalho indispensável e dos voluntários necessários (mais de 1.500) para o sucesso do evento significa que a situação não é mais sustentável”, afirmou a organização em nota.
“Como resultado, após considerar cuidadosamente a crise mundial, é com grande tristeza que a diretoria do Auto Clube de Mônaco toma a decisão de cancelar o 78º GP de Mônaco. A todos os fãs, espectadores, parceiros e membros, a diretoria pede desculpas que este evento não pode ser adiado e não poderá ser realizado sob nenhuma circunstância posteriormente no ano’, completou.
O GP de Mônaco vai ficar fora do calendário da F1 pela primeira vez em 66 anos. Desde 1955, a etapa era disputada ininterruptamente como parte do Mundial. E as atividades da Fórmula 1 podem ficar paradas por mais tempo do que o previsto. A categoria admite a possibilidade de estender a paralisação das equipes para controlar os gastos durante a incerteza do início da temporada.
Com a pandemia do coronavírus, as primeiras nove corridas do calendário foram adiadas ou canceladas. Nesta semana, o GP do Canadá, tratado, até então, como o evento de abertura, também foi adiado pela organização. Por conta do grande hiato de atividades, a F1 adiantou as férias para os meses de março e abril, obrigando uma paralisação de 21 dias. A decisão foi tomada para encaixar provas durante o período de agosto.