Uma semana após o anúncio da aquisição de 95% do imóvel localizado na Rua Chico Venâncio por parte da Associação Mogimiriana de Beneficência, a presidência do Grêmio Mogimiriano desmentiu ontem, toda a história revelada pelo presidente da associação Antonio Carlos Bernardi no último dia 11.
Segundo o clube, o empresário Paulo César dos Santos apenas tem a posse do imóvel, mas não a propriedade, o que impediria a venda para qualquer outra pessoa. “O antigo comprador tem um contrato de compra e venda que não foi cumprido”, explicou o presidente Wagner Luiz Adão.
“Entramos com um pedido de liminar de indisponibilidade do bem que pede a retomada do imóvel da família Santos. Ontem (quinta-feira) o juiz decretou que a propriedade não pode ser objeto de venda, hipoteca ou alienação”, disse a advogada Silvana Dimitrov.
O clube entrou ainda com uma ação para a rescisão do contrato assinado em fevereiro de 2005, com Patrícia Fátima Ribeiro dos Santos, filha de Paulo César. Por conta de pagamentos que não teriam sido feitos para a concretização da venda, um pedido de reintegração de posse foi feito em 2009.
Segundo Adão, uma proposta foi feita por Antonio Carlos Bernardi há um mês. “Houve a procura e uma proposta. Pedimos para que eles formalizassem essa proposta para que pudéssemos apresentar à diretoria, até porque o imóvel tem processos”, disse. A proposta não teria sido aceita por conta do valor apresentado.
O presidente e a advogada se disseram surpresos com a divulgação da informação que o imóvel estaria quase totalmente acertado, já que o grêmio não sabia das negociações e tampouco aprovou a transação. “Já na segunda-feira vamos entrar com uma ação para que eles apresentem esse contrato que eles fizeram”, adiantou Silvana.
Defende
Antonio Carlos Bernardi Junior, filho do presidente da associação, se defendeu garantindo que a família Santos é mesmo a proprietária do imóvel. “Tenho todos os documentos aqui, mas o contrato será assinado nesta semana. Fizemos uma proposta ao Grêmio e ele (o presidente) disse que iria convocar a direção e me dar uma resposta, mas até hoje não disseram nem que sim, nem que não”, afirmou.
O empresário disse ainda que Paulo César Santos pagou 28 das 30 parcelas que foram acertadas com o Grêmio, e que não teria efetuado o pagamento das duas últimas, pois o clube não teria condições de passar a escritura do imóvel.
“Eles estavam cientes da negociação. É uma pena, porque quem perde é a cidade por conta da vaidade de alguns”, alfinetou.
