A greve geral dos servidores públicos municipais entra nesta quinta-feira, 21, Feriado de Tiradentes, no 24º dia de paralisação com os grevistas irritados com o governo Paulo Silva (PDT), pelo corte de suas cestas básicas. Cerca de 500 servidores aderiram ao movimento.
A Administração Municipal antecipa que os três dias parados em março serão descontados na folha de pagamento deste mês, assim como poderá ser descontado também os dias parados em abril.
Os servidores lutam por reajuste salarial de, no mínimo, 7%. O prefeito Paulo Silva oferece 2%.
O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sinsep) critica a postura do chefe do Executivo, entendendo se tratar de retaliação aos servidores em greve.
“Os dias parados no estado de greve não deve contar como faltas injustificadas, porque está previsto na Lei de Greve. Além do mais, a Prefeitura foi avisada do nosso movimento. Seguimos todos os trâmites legais. Estão prejudicando aqueles que mais precisam”, comentou o presidente do Sinsep, David Barone.
O sindicato fez campanha nas redes sociais para arrecadação de alimentos para os servidores que mais precisam.
Outro lado
O secretário de Administração, Mauro Nunes, diz que a Prefeitura apenas cumpre a lei complementar municipal 357/2022, que, no artigo 52, fala que a concessão da cesta básica será feita desde que não haja duas ou mais faltas injustificadas no mês, entre outros.
“Os três dias parados em março, mês de referência, não foram abonados. Portanto, serão descontados e as cestas básicas desses servidores cortadas, conforme determina a lei”, enfatizou Mauro Nunes.
Mas faz uma ponderação. Disse que as cestas poderão ser entregues mais pra frente, caso a greve seja julgada legal pelo Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região de Campinas (TRT-15).
A expectativa é que esse julgamento saia até o final da semana que vem, próximo de completar um mês de greve.
R$ 1.000
Na segunda-feira, 18, os servidores grevistas rejeitaram a contrapropsta do prefeito Paulo Silva de um abono único no valor de R$ 1.000 e acréscimo de R$ 50 no vale-mercado de R$ 300. No
mesmo dia à tarde, os servidores realizaram uma passeata pelas ruas do Centro com máscaras pretas em protesto ao que eles chamaram de “esmola”.