Apesar de dificultar a vida pessoal dos jogadores, o atraso de salários, que historicamente prejudica o rendimento de muitos times, tem ajudado a unir o grupo do Mogi Mirim. É o que conta o volante Alan Mota, autor do gol da vitória contra o Guarani, na noite de segunda-feira. “Na dificuldade, se você tem um bom ambiente, as pessoas se unem mais. Não que o Mogi seja o único clube com dificuldade no Brasil, longe disso, mas com certeza o Leston e a diretoria montaram um grupo de homens, que tem cada vez mais vontade de estar junto. Nosso ambiente ajuda muito nessas dificuldades”, declarou.
As dificuldades afetam a vida particular e exigem desdobramento dos atletas para honrar as obrigações. “Quando você trabalha e não cumprem com o combinado nos dias corretos, as contas chegam e aí você tem que fazer um malabarismo, pedir ajuda para a família. Dar um jeito, guardar o dinheiro que não é muito”, explica.
A dedicação aos treinos e jogos mesmo diante dos atrasos também vem da consciência de que, além de a crise financeira existir também nos demais clubes da Série C, para galgar uma melhor posição na carreira é preciso um bom desempenho. “A gente sabe que a gente vive do futebol. Vencendo jogos, as coisas melhoram financeiramente, melhoram de visibilidade. As pessoas começam a olhar o Mogi com outros olhos”, observou.
A boa relação do grupo foi demonstrada no momento da comemoração, quando Alan Mota procurou os reservas e deu um carrinho em direção a eles. “Foi mais de extravasar com o grupo, com quem acabou não tendo a chance de entrar. Foi para mostrar que está todo mundo junto. Realmente, nosso grupo é muito bom”, valorizou.