O grupo de mogimirianos SOS Mogi formulou uma representação para enviar aos conselhos Deliberativo e Fiscal do Mogi Mirim em que pede a suspensão do recadastro de associados e solicita o agendamento de uma assembleia geral extraordinária para discutir a situação administrativa e financeira do clube. O pedido é para o Conselho Deliberativo reivindicar a marcação da assembleia junto ao presidente Luiz Oliveira. Já a suspensão do recadastro poderia ser feita pelo próprio Conselho.
A decisão de fazer a representação ocorreu, segundo o grupo, porque Luiz não respondeu positivamente às tentativas de uma reunião. Desta forma, a ideia é tentar outros caminhos. “Tentei marcar uma reunião e não foi concedida”, contou o ex-assessor da presidência Cristiano Rocha, que representa o empresário português Victor Simões, ex-vice-presidente do clube.
A intenção é que seja disponibilizada toda a documentação pertinente para exame dos sócios e tomada de decisão a respeito do futuro da agremiação. Um dos objetivos é que no edital de convocação conste a previsão de deliberação sobre a possibilidade de destituição do presidente Luiz, embora esta medida seja encarada como opção apenas para o caso do dirigente se mostrar contrário aos interesses da coletividade. “Se ele quiser o Mogi só pra ele os mogimirianos não vão aceitar”, afirmou o advogado José Carlos Fernandes, frisando que a ideia é ter Luiz caminhando junto com o grupo, pois entende ser positivo o discurso do dirigente.

A reapresentação foi assinada em um encontro que debateu o tema na manhã de sábado, no Bristol Zaniboni Hotel, com a presença de aproximadamente 35 pessoas. Entre as assinaturas estão as de associados antigos. A mesa do encontro foi formada pelo ex-presidente do Conselho Deliberativo na Era Barros, Hélcio Luiz Adorno, o Luizinho, o ex-gerente de futebol, Henrique Stort, o vereador eleito e ex-assessor de comunicação, Geraldo Bertanha, o Gebê, além de Rocha e Fernandes. “A presença de vocês me dá a impressão que o Sapo respira”, declarou Fernandes, aos presentes.
O pedido para impugnação do recadastro é baseado na alegação de que o procedimento não foi aprovado em assembleia, pois a realizada em novembro para este fim apenas fez uma exposição sobre o tema, mas sem votação dos associados e aprofundamento.
Um dos questionamentos é a definição arbitrária do valor de R$ 40 para a cobrança de mensalidade dos associados, que consta em ata com data de abril e registrada em novembro. A reclamação é que esse valor teria que ser definido em assembleia de associados e com justificativas. Reclama ainda a representação que a diretoria não dispõe de poderes para cobrar mensalidades atrasadas de um período em que não havia cobrança. Esta medida prejudicaria os antigos sócios. A suspensão é pedida até que os associados definam uma solução para o recadastramento em assembleia geral.
Grupo parte da premissa de que todos são sócios
Na assinatura da representação enviada aos conselhos Deliberativo e Fiscal, as assinaturas não levam em consideração necessariamente o fato de os nomes terem ou não sido associados do clube. O advogado José Carlos Fernandes defende que como o presidente Luiz Oliveira reconhece não saber quem são os sócios pela falta de informações do quadro associativo no clube, a associação deveria simplesmente agregar todos os interessados. Isso devido ao entendimento de que alguns associados podem não ter como provar a condição de sócios e o clube é que teria que ter o controle. Por este motivo, a representação é assinada por diversos mogimirianos, alguns deles que se consideram, por esta teoria, associados.
O ex-presidente do Conselho Deliberativo, Hélcio Luiz Adorno, o Luizinho, frisou a importância de os problemas serem resolvido sem necessidade de uma ação judicial. “Seria o caos”, afirmou.
Gonzaga sugere ser elo entre Luiz e SOS
Presente no encontro na manhã de sábado, o advogado Luiz Gonzaga Monteiro de Faria (foto) se comprometeu a agendar um encontro entre o presidente do Mogi Mirim, Luiz Oliveira, e o grupo SOS Mogi. Gonzaga revelou ter ido ao Bristol por uma solicitação do presidente e iria levar a Luiz o conteúdo da reunião, revelando concordar com os pensamentos externados no encontro.
A assessoria de comunicação do Mogi Mirim informou que Gonzaga levou a informação a Luiz, que agora aguarda um contato do grupo para recebê-los. A assessoria disse ainda desconhecer qualquer tentativa de agendamento da reunião por parte do ex-assessor da presidência, Cristiano Rocha.
Na sexta-feira, o clube quitou contas atrasadas, como salários e energia elétrica, que chegou a ser cortada, além de pagar o 13º salário.