Esta é nossa última gruta dentro do Parque Nacional das Cavernas do Peruaçu, chamada de Lapa dos Desenhos. Logo, vemos porque tem este nome.
É uma parede enorme, de uns 20 metros de altura por uns 30 de largura, e ricamente ilustrada com desenhos rupestres. Aqui, podemos ver de forma muito bem conservada toda a arte do povo antigo que habitou esta região. É onde estão os desenhos mais bem preservados de todo o parque.
Os desenhos são praticamente um resumo de todos os já vistos. Porém, com vários outros novos, que só tem neste local e de um colorido enorme, sem predominância de cor específica. Vemos desenhos em vermelho, amarelo, preto e branco, mas sempre de uma única cor, os primitivos não misturavam cores, eram sempre monocromáticos.
A Lapa dos Desenhos fica em um local cujo acesso é bem íngreme e cansativo. A trilha é boa, sem obstáculos e a plataforma de observação dos desenhos é bem firme e com vários itens de segurança. Pode-se admirar sem risco. A chegada ao local é triunfal, você segue a trilha em meio a árvores, mata meio fechada, quando em um passo tudo fica aberto e a enorme parede surge na sua frente.
Admirar os desenhos é refletir sobre vários porquês de tudo aquilo e, provavelmente, você sai com mais perguntas do que respostas. Os desenhos, em sua maioria, retratam animais, aves e formas que remetem a utensílios utilizados no cotidiano deles. Nos pareceu que a caça tinha um grande destaque nas pinturas, já que animais que se assemelham a servos são vistos com muita frequência. Aves também, porém não acreditamos que fossem alimento, pois retrataram Colibris, Garças e outras espécimes de menor tamanho. Neste caso, acredito que apenas registravam o que viam. Répteis também são bastante desenhados, como cobras e lagartos. Uma variedade muito grande de desenhos sem um significado explícito também aparece em grande quantidade pelo paredão. É uma experiência única. Só vendo.
Mas é chegada a hora e a descida é tão cansativa quanto a subida. Água tomada, lanche feito, hora de retornar. Claro que a volta é tão triunfal quanto a ida. Passamos por dentro de um bosque de conto de fadas, com direito a ponte sobre córrego e criadouro de borboletas. Emociona. Porém, você vai chegar ao ponto de apoio bem cansado ou cansada. Ali é o lugar em que todos que voltam das trilhas literalmente se jogam no chão e descansam. Não, não é fácil fazer todo o roteiro. Mas depois de algum tempo. Ah, você quer começar tudo de novo!
Erika Rodrigues e Marcos Leandro
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