A invasão russa à Ucrânia tornou-se pauta eleitoral no Brasil. Desde quando o presidente russo Vladimir Putin autorizou a operação militar no leste europeu, pré-candidatos ao Palácio do Planalto dirigem críticas aos adversários ao comentar a violência sofrida pelos ucranianos. Líder das pesquisas de intenção de voto, Luiz Inácio Lula da Silva foi às redes sociais questionar “para que serve um presidente que briga com todo mundo”. Terceiro colocado na corrida eleitoral, Sergio Moro acusou Bolsonaro e o Partido dos Trabalhadores de estarem alinhados a apoiadores da Rússia. “Venezuela, Nicarágua e Cuba apoiam a agressão Russa à Ucrânia. Alinhados com estas ditaduras estão também Bolsonaro e o PT. Nós estamos do outro lado”, escreveu.
Guerra: Brasil defende
‘integridade’ territorial
O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que o Brasil tem sido claro sobre sua posição “em defesa da soberania, da autodeterminação e da integridade territorial dos Estados”, e que o país já retirou dezenas de brasileiros para países vizinhos à Ucrânia, incluindo jornalistas, estudantes, empresários e atletas. “Volto a afirmar que eu e meu governo estamos focados em garantir a segurança do nosso país, proteger os interesses do nosso povo, auxiliar os cidadãos brasileiros que se encontram nas regiões conflagradas e contribuir para uma resolução pacífica do conflito”, disse Bolsonaro. Sem citar os nomes dos países, Bolsonaro destacou que o Brasil tem expressado bem sua posição em pronunciamentos no Conselho de Segurança da ONU.
País abre as portas
para ucranianos
Jair Bolsonaro afirmou que permitirá a entrada de ucranianos no Brasil através de vistos humanitários. O Brasil já adotou medidas semelhantes em outros casos, como no de imigrantes haitianos e de refugiados sírios e, mais recentemente, de afegãos. “Conversei agora com o Carlos França… Nós vamos abrir a possibilidade de ucranianos virem ao Brasil através de visto humanitário, que é mais fácil de vir pra cá,” disse Bolsonaro. Na entrevista, Bolsonaro voltou a defender uma neutralidade do Brasil em meio à invasão russa na Ucrânia e alegou questões econômicas. Segundo o presidente, o Brasil é um país que tem “algumas limitações” e precisa “continuar na política de se aproximar de todo mundo”.
Divergências entre
Bolsonaro e Itamaraty
Saia justa é algo pela qual a diplomacia brasileira tem passado com alguma frequência desde o início da crise entre Rússia e Ucrânia. O desencontro de declarações entre o que diz o Itamaraty e o que diz o presidente da República levou auxiliares de Jair Bolsonaro a esclarecer a embaixadores estrangeiros que, em momentos divergentes, o que vale é a posição do Ministério das Relações Exteriores, e não os discursos do presidente. Por causa desses sinais trocados, ministros de Bolsonaro tiveram de esclarecer essa questão. O chanceler Carlos França, por exemplo, explicou que a posição do Brasil não é de neutralidade, e sim de equilíbrio. Segundo o Itamaraty, Bolsonaro “nem sempre emprega as palavras com precisão”.
Polícia Federal tem
novo diretor-geral
A Polícia Federal (PF) terá um novo diretor-geral. O atual secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Márcio Nunes de Oliveira, que é delegado da PF, assumirá o comando da corporação, no lugar do também delegado Paulo Maiurino, que deixa o cargo após 10 meses de serviços. A troca foi oficializada em portaria assinada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, e publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), na tarde do dia 25 último. Em postagem nas redes sociais, o ministro da Justiça e Segurança, Anderson Torres, anunciou as mudanças. Segundo ele, Maiurino assumirá o comando da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad).