Gustavo Stupp (PDT) não será candidato nas eleições municipais de 2016. Em entrevista coletiva à imprensa, na manhã da última sexta-feira, o prefeito fez um balanço de seu governo e aproveitou para confirmar que não entrará na disputa para a reeleição. No mesmo dia, uma declaração oficial de Stupp foi protocolada em cartório.
O sonho em pleitear uma cadeira na Câmara dos Deputados parece ficar um pouco distante. Durante a conversa com os jornalistas, ele desabafou e disse ter tomado tal decisão pelos familiares, por conta da “criação de factoides”, que geram um clima de instabilidade. “Mas, não estou abandonando a política”, deixou claro.
Para o próximo ano, o foco do Chefe do Executivo é “entregar uma Prefeitura melhor” e evoluir com as ações na área social. O prefeito acredita que a Administração Municipal foi coerente com a proposta de fazer uma gestão mais humana, atendendo ao que considera necessário à população. “Mogi Mirim é uma cidade elitista e nós estamos fazendo um governo para as classes C, D e E. Quebramos paradigmas em uma cidade conservadora”, argumentou.
Stupp reconheceu que o momento é de dificuldades, cenário acentuado pela ascensão das redes sociais e por conta da crise política instalada no país. “Já era esperado (essa pressão). Pegamos o governo com o Brasil andando para trás”, avaliou.
Como já havia feito em outras ocasiões, voltou a atacar a postura de políticos opositores. Criticou os debates vazios e os ataques que tem recebido, reforçando a tese de que há um desejo de desconstrução de seu governo por uma “oposição inútil”. “Tenta acabar com a confiança na cidade porque quer o meu lugar”. Para Stupp, essa política mal intencionada distorce a informação de uma maneira maldosa e, consequentemente, acaba manipulando a opinião pública.
Com relação às ações que correm na Justiça contra a Prefeitura, o prefeito disse entender o trabalho do Ministério Público (MP), contudo ressaltou a improcedência das acusações. “Eu fico 70% do meu tempo respondendo ofício de denúncia vazia. Eu tenho certeza que vamos vencer a maioria (das ações) porque são infundadas”, afirmou.
Gustavo também fez críticas ao requerimento do vereador Luiz Guarnieri (PT), encaminhado ao Executivo junto a um abaixo-assinado subscrito pelas entidades assistenciais do município, pedindo a exoneração das secretárias de Finanças e de Assistência Social, alvos de reclamações por parte da população.
“Eu respeito a decisão da Câmara e ela tem que respeitar a minha. Eu nomeio o secretário que eu quiser”, avisou. Segundo o Chefe do Executivo, seu perfil é descentralizador. Por isso, os secretários têm carta branca para trabalhar. “Eu cobro deles uma postura técnica. Problema de relacionamento é normal”, explicou.
Balanço
Para 2016, a expectativa do prefeito é continuar trabalhando pela causa social, com “postura serena e responsável”. Uma das principais falhas apontadas foi a ansiedade em querer colocar na prática certos projetos, como a unidade do Pronto Atendimento Integrado (PAI), localizada no Linda Chaib, zona Leste. A obra ainda foi não inaugurada pelo governo. Segundo o prefeito, o atraso é motivado pela crise econômica.
Na Saúde, destacou a boa relação com a Santa Casa de Misericórdia e o esforço do Poder Público em repassar quase R$ 3 milhões ao hospital. Na área da Educação, Stupp afirmou que 600 professores foram contratados só na sua gestão, o que considerou um avanço. A Feira Noturna, Tarifa Social e o programa do Banco de Alimentos foram apontados como projetos que trouxeram resultados positivos à população.
A concessão do Serviço Autônomo de Água e Esgotos (Saae) também não ficou fora da pauta. Embora tenha respeitado a decisão da Câmara pelo plebiscito, o prefeito defendeu a eficiência da iniciativa privada e condenou o fato de outros administradores não terem aberto discussão para as perdas da autarquia. “Água cara é água jogada fora”, justificou.