As habilidades e limitações estão presentes em todos os seres humanos, e por esta razão, precisamos aprender também com o outro e no convívio com nossos pares, pois cada criança nasce e cresce dentro de um momento histórico de infância, o qual se modifica ao longo do mesmo. Desta maneira, é possível chamar a atenção de vocês para refletirem sobre a constituição cerebral da criança, pois a dimensão cognitiva tem também relação com a dimensão afetiva e social, porque não podemos pensar no sujeito em fragmentos, mas sim nele por inteiro.
O desenvolvimento cerebral infantil é muito rico para estabelecer aprendizagens. Conexões são obtidas a todo instante, principalmente na faixa etária das crianças pequenas de um a cinco anos de idade. Estas conexões podem ser explicadas pelo período de maturação do cérebro que se estende até a adolescência. O ambiente onde este sujeito está inserido é fundamental, pois é nele que ele se desenvolve, faz conexões com o mundo, estabelece suas aprendizagens, e para executá-las, é necessário que este esteja seguro, com subsídios positivos para a relação.
As habilidades e limitações acontecem dentro da realidade dos alunos com ou sem deficiência, pois isto faz parte da condição humana em que cada um precisa identificar os seus pontos positivos e aqueles que ainda precisam ser trabalhados e lapidados. Atualmente o aluno está exposto a inúmeras informações que são armazenadas e constituintes de suas experiências de vida. No entanto, ainda é uma fase difícil para filtrar as informações recebidas, e assim necessitam da intervenção ou mediação do adulto (responsáveis, professoras, etc.) para que contratempos sejam evitados e possam efetivar suas aprendizagens de maneira eficaz.
Neste momento, é possível pontuar a importância do professor na aprendizagem dos alunos da Educação Especial, os quais precisam de um acompanhamento específico, como estratégias, recursos e materiais adequados para sua participação em sala de aula e nos momentos de Atendimento Educacional Especializado (AEE), tendo o professor uma formação adequada para orientá-lo.
Tanto o docente quanto o aluno devem ter um espaço e um tempo dedicado a refletir, pensar e trabalhar como podem ser realizadas, organizadas e executadas as atividades por ambas. Essa é uma oportunidade para que eles possam modificar o que for necessário, adequando assim aulas e exercícios às habilidades e limitações de cada um.
Cada professor deve estar atento em sala de aula, de maneira a contribuir com os alunos e ainda possibilitar que a escola possa garantir cada vez mais uma aprendizagem e ensino de qualidade com o uso de materiais adequados para a faixa etária dos alunos. Na atuação com os professores da Educação Especial esta busca é essencial para conhecer o seu aluno no aspecto da aprendizagem e melhor desenvolvimento, valorizando com o que cada um pode contribuir numa atividade em grupo.
*Ana Regina Caminha Braga é escritora, psicopedagoga e especialista em educação especial e em gestão escolar. (https://anareginablog.wordpress.com/)