Pouco mais de dois meses de investigações da Polícia Civil de Mogi Mirim em torno do assassinato do segurança Mário Isaías Santos da Silva, de 33 anos, resultaram na prisão de dois homens, na quarta-feira. O borracheiro Daniel Paradella Ribeiro, 26 anos, e o empresário Paulo Sérgio Nascimento Ferreira, 38, foram conduzidos à Unidade de Detenção, em Itapira, no final da tarde.
Segundo o delegado Paulo Roberto Agostinete, Ribeiro confessou a autoria do homicídio. Já Sérgio, apontado como suspeito de ser o mandante do crime, nega que tenha tido participação no caso. O segurança foi assassinado com seis tiros na noite do dia 23 de maio deste ano, enquanto trabalhava no supermercado Carrefour, localizado à Rua Coronel Venâncio Ferreira Adorno, no bairro Nova Mogi.
Embora o borracheiro tenha assumido a autoria dos disparos que tiraram a vida do vigilante, juridicamente, ele ainda é considerado suspeito até o julgamento final do caso. A polícia informou que vai aprofundar as apurações para saber o que realmente motivou o crime, mas tudo indica que a causa pode ter sido passional, hipótese que direcionou uma linha de investigação.
Os mandados de prisão temporária por 30 dias, expedidos pela 4ª Vara da Comarca do município, foram cumpridos pelos policias do Setor de Investigações Gerais (SIG) logo no início da manhã. Ribeiro, que é natural de Conchal, mas reside em Araras, foi localizado na Rua João Mantovani, no Saúde, zona Oeste, no momento em que chegava à cidade para prestar um serviço.
Ele foi abordado e levado à delegacia onde assumiu a autoria e indicou o nome do mandante. Em depoimento, o borracheiro revelou que recebeu R$ 1 mil dos R$ 7 mil combinados pela execução do segurança. A morte teria sido encomendada por Ferreira. Ribeiro contou que a arma, um revólver calibre 38, foi fornecida pelo empresário, que o levou até o supermercado na noite do crime. Em seguida, os policiais foram em busca de Ferreira. O suspeito, morador da Vila São José, foi encontrado em sua empresa, no Aterrado, bairro da zona Sul. Ele afirmou que não conhecia Ribeiro.
De acordo com Agostinete, o borracheiro já estava como procurado da Justiça pelo crime de um homicídio, em Conchal, e prática de roubo em Montes Claros-MG. O empresário também tem antecedente por estelionato e receptação. Os presos vão permanecer em Itapira até a conclusão do inquérito e, posteriormente, devem ser removidos para o sistema penitenciário de Hortolândia-SP. O delegado deve pedir a prisão preventiva da dupla. O caso foi registrado como homicídio qualificado. A pena é reclusão de 12 a 30 anos.
Relembre o caso

Segundo registro policial, um indivíduo entrou no supermercado com uma arma de fogo e disparou contra o funcionário. O atirador estava encapuzado. Na época, de acordo com informações de testemunhas, o autor dos disparos chegou em um veículo, que seria um carro de cor branca, até então não especificado. Também não existia confirmação se havia um segundo indivíduo no carro.
Uma das funcionárias se deparou com o segurança no chão, com muito sangue, e acionou a Polícia Militar (PM). Nenhum objeto do vigilante ou do estabelecimento foi levado durante o crime. A vítima foi socorrida por uma equipe da Brigada de Incêndio até a Santa Casa local, mas não resistiu aos ferimentos. O corpo do segurança estava com seis perfurações.
Uma câmera da farmácia localizada nas proximidades da entrada do supermercado teria gravado a ação. Em nota divulgada à imprensa, a Assessoria de Comunicação do Carrefour informou que colaboraria com as autoridades para a elucidação do caso e lamentou o falecimento do funcionário, declarando que prestaria todo o apoio à família da vítima.
