Morador do Jardim Califórnia, Marcos Eduardo Rizola, também conhecido como Marcos Gula-Gula, de 63 anos, morreu após sofrer uma queda de aeronave, modelo trike — uma asa delta com motor — na manhã de terça-feira, na pista do Aeroporto Municipal de Mogi Mirim. A morte foi registrada às 13h, no Pronto-Socorro da Santa Casa de Misericórdia, onde recebia atendimento por ter sofrido inúmeros ferimentos e fraturas. Pelas informações apuradas no local pela Guarda Civil Municipal, Rizola sofreu uma queda brusca de aproximadamente 200 metros de altura, caindo na própria pista.
Rizola foi inicialmente atendido no aeroporto pela equipe de bombeiros, ainda consciente, conversando, e, após ser retirado das ferragens, seguiu levado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) até a Santa Casa. Informações iniciais chegaram ao Aeroporto via bombeiros e guardas municipais dando conta do falecimento de Rizola ainda pela manhã e a morte chegou a ser comunicada a um sobrinho que estava no local. Porém, posteriormente, a informação foi corrigida. Rizola estava ainda no Pronto-Socorro da Santa Casa, com tentativas de reanimá-lo, mas não resistiu no início da tarde.
A Polícia Científica esteve no local para realização da perícia e o caso estava sob investigação, ainda sem informações sobre a forma como ocorreu o acidente, até pelo fato de Rizola estar sozinho no momento do voo. A base da Aeronáutica de Pirassununga foi contatada, mas informou que não havia necessidade de estar presente por se tratar de aeronave experimental.
Rizola era casado e deixou uma filha.
Brevê
Segundo informações apuradas no Aeroporto, Rizola estava tirando brevê de piloto de trike em Atibaia, onde fazia aulas, com previsão de conclusão em novembro. Porém, já estava voando sozinho. “Pelo que ele falou para nós, agora em novembro ele já pegava o brevê. Sexta-feira ele veio aí, voou bastante. Já faz tempo que ele tem o trikinho. Tudo indica que ele já estava solo, só estava esperando mesmo o brevê”, contou Nilvo Freitas, funcionário do Aeroporto, revelando que as pessoas buscam a pista pelo movimento ser baixo e o espaço ser grande.
Os trikes são comuns, mas os acidentes raros. “A maioria só vem voar depois que a pessoa já sabe. É perigoso quando você não sabe voar e pega ele pra voar. Ninguém sabe o que aconteceu. Ninguém sabe se já foi na decolagem, se ele chegou a sair do chão ou não”, explicou.
Ex-fabricante de trike, instrutor e com experiência de 30 anos em voos, Marino Luís esteve no local na terça-feira e revelou ter voado na sexta-feira com a aeronave de Rizola. “O aparelho, tenho 100% de certeza que estava bem, não tinha nada. O problema do conhecimento que eu tenho foi falha humana”, opinou Marino, que chegou a dar aulas para Rizola, antes de o aposentado iniciar um curso em Atibaia.