quinta-feira, abril 17, 2025
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Após confusão em festa, comerciante de 37 anos morre atropelado no Guaçu

Missa de 7º dia da vítima foi realizada na Paróquia Santa Edwiges (Foto: Divulgação)

Um comerciante de 37 anos morreu atropelado por um veículo, na madrugada do último domingo, dia 20, em Mogi Guaçu. Thiago Henrique Munhoz, conhecido como Thiaguinho, de 37 anos, participava de uma festa em uma república quando houve a confusão. A briga acabou se estendendo até a rua, momento em que a vítima foi atropelada.

O caso, que causou grande comoção, ocorreu no Jardim Suécia II. O motorista do carro, um Ford Ka, prata, que vitimou Thiaguinho também estaria no evento. Equipes de resgate prestaram os primeiros socorros e conduziram o comerciante até a Santa Casa local, mas ele não resistiu aos ferimentos.

A Polícia Militar (PM) chegou ao bairro por volta de 1h20. Havia uma aglomeração de pessoas ao redor do corpo. Testemunhas, que estavam na festa, relataram aos policiais que Thiaguinho não estava na confusão e só tentou apaziguar os ânimos quando um jovem, de apelido Mike, teria sido colocado à força para fora do imóvel.

Em seguida, o comerciante e outras pessoas foram para a rua, momento em que o proprietário do Ford Ka, que estava estacionado na mesma via, entrou no carro e saiu em alta velocidade, causando o atropelamento. O condutor do veículo seria amigo de Mike. Ainda de acordo com testemunhas, o motorista percebeu que Thiaguinho estava sobre o capô, mas continuou o trajeto. A partir dos dados da placa, a polícia constatou que o Ford Ka é de propriedade de Vagner Henrique Melo de Lima, de 23 anos, morador do Jardim Igaçaba.

Polícia investiga se Vagner Henrique Melo de Lima, de 23 anos, agiu de forma intencional (Foto: Reprodução Facebook)

No dia, os PMs chegaram a patrulhar as imediações, mas ninguém foi localizado. A perícia não conseguiu fazer a coleta de provas, uma vez que a área não foi preservada e os trabalhos prejudicados devido à aglomeração formada e à necessidade de socorrer a vítima. No plantão policial, o delegado Dalton David Ferreira determinou o registro da ocorrência como crime de trânsito. Isso porque não foi possível aferir a intenção do condutor do veículo, fato que será investigado durante inquérito policial.

Thiaguinho era natural de Mogi Mirim, mas residia no Jardim Planalto Verde, no Guaçu, cidade onde a família da vítima administra uma floricultura. O velório do comerciante foi realizado na Praça da Bíblia, na região central do município. Ele foi sepultado no Cemitério Santo Antônio, na tarde do dia 20. Familiares, amigos e conhecidos prestaram diversas homenagens nas redes sociais.

Cerimônia

A missa de sétimo dia de Thiaguinho foi realizada na noite de sábado, na Paróquia Santa Edwiges, localizada à Avenida dos Trabalhadores, 3875, no Jardim Almira, em Mogi Guaçu. Camisetas com a foto do comerciante foram confeccionadas e utilizadas durante a cerimônia.

Familiares e amigos durante velório do comerciante (Foto: Fabrício Leme de Morais-Gazeta Guaçuana)

Boletim de ocorrência é alvo de contestação dos familiares

Indignados pelas circunstâncias da morte do comerciante, familiares e amigos da vítima contestam o boletim de ocorrência. O fato é que a Polícia Civil de Mogi Guaçu registrou o caso como crime de trânsito, ou seja, homicídio culposo, quando não há a intenção de matar, na condução de veículo automotor e omissão de socorro. Contudo, para os mais próximos, o atropelamento foi intencional, um assassinato.

O delegado Dalton David Ferreira explicou que, durante todo o tempo de elaboração da ocorrência, na madrugada de domingo, ninguém apareceu para afirmar, formalmente, que foi por maldade, que houve intenção, fornecendo assim mais dados e informações que acrescentassem provas à versão das testemunhas. Apenas dois amigos de Thiaguinho se apresentaram espontaneamente para relatar o fato.

Ainda segundo Ferreira, outras pessoas chegaram a comparecer à delegacia, mas estavam alcoolizadas e sem condições de dar algum depoimento oficial. Por isso, um inquérito policial deverá apurar os fatos. Vagner Henrique Melo de Lima foi identificado pelas duas testemunhas como o motorista do veículo que atropelou o comerciante. De acordo com o delegado, Lima não tem antecedentes criminais.

Apuração
A investigação será feita pela equipe instalada na Polícia Judiciária. No começo da semana, o caso estava sob o comando do delegado Antônio Aparecido de Souza. Ele disse que ouviria novamente as duas testemunhas apresentadas e outras eventualmente citadas. Embora o delegado intime o acusado para interrogatório, ainda existe a possibilidade de Lima se apresentar à polícia espontaneamente.

Mesmo com a apresentação ou interrogatório do acusado, isso não significa que Lima ficará preso automaticamente, uma vez que não existe um mandado de prisão emitido por um juiz. Portanto, legalmente, o acusado não é considerado foragido da Justiça. Isso só com o decorrer do processo, se as provas assim indicarem. “Se ele quis, se foi de propósito, tudo será apurado”, afirmou Souza.

O delegado esclareceu que a natureza do crime, inicialmente registrado como homicídio culposo, ainda pode ser revertida para homicídio doloso, quando há a intenção de matar, caso as provas indiquem isso. Além disso, a omissão de socorro já é um agravante da pena.

Com relação às mensagens que circulam nas redes sociais na tentativa de localizar “o assassino de Thiago”, Souza pediu cautela. A preocupação é que propagandas assim possam gerar outras ocorrências criminais de ameaça ou lesão corporal. “Esse comportamento não é adequado. A lei será aplicada de acordo com o que ocorreu”, garantiu a autoridade policial.

Thiaguinho foi sepultado no Cemitério Santo Antônio (Foto: Fabrício Leme de Morais-Gazeta Guaçuana)

Mudanças
O inquérito do caso, antes conduzido por Souza, agora está nas mãos do delegado Fernando Zucarelli Pinto. Nessa semana, já foram ouvidas seis testemunhas.
O objetivo é verificar se há algum fato novo para concluir a motivação do crime e as circinstâncias, visto que não existem dúvidas quanto à autoria.

Vagner de Lima é investigado no processo, mas, até o fechamento desta edição, ele não tinha se apresentado. O Ford Ka já foi levado à polícia pelo advogado que defende o jovem acusado. Segundo Zucarelli, o carro passou por perícia e foi liberado.

Os próximos passos do delegado são aguardar o laudo e concluir a fase de oitivas. Por enquanto, a ocorrência continua registrada como homicídio culposo, podendo ser revertida para doloso, mediante provas. (Com informações de Karina de Araujo da Gazeta Guaçuana)

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