
Após 11 dias de internação, um pedreiro de 51 anos atingido por três disparos de arma de fogo, no bairro Linda Chaib, zona Leste da cidade, na noite do último dia 2, morreu na tarde de terça-feira, na Santa Casa de Misericórdia. Na manhã da última sexta-feira, dia 16, em menos de um mês de investigações, a Polícia Civil de Mogi Mirim elucidou o caso e prendeu o desempregado Leonardo Luís Pereira, de 22 anos, acusado de ser o autor dos disparos.
O jovem, já conhecido no meio policial, tem passagens por roubo, crime registrado em 2012, ainda quando era menor de idade, e por tráfico de drogas, no ano passado. Agora, ele também vai responder por homicídio qualificado. Segundo o delegado Paulo Roberto Agostinete, as apurações apontam que Pereira seria integrante de uma facção criminosa.
Os projéteis acertaram o braço esquerdo e as nádegas de José Carlos Augusto Teixeira, conhecido como Sucuri, que foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Ele passou por uma cirurgia e, até semana passada, seu estado de saúde era considerado estável.

O óbito foi registrado pelo hospital às 13h20 do dia 13 e o corpo encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Mogi Guaçu. Teixeira foi sepultado na manhã de quarta-feira, no Cemitério da Saudade, localizado no bairro Tucura, zona Norte da cidade. Na década de 80, ele chegou a atuar como goleiro da Tucurense e da Santa Luzia no Campeonato Amador de Mogi Mirim.
A prisão
O mandado de prisão temporária e de busca e apreensão foi cumprido por volta das 10h de ontem, na residência do acusado, localizada à Rua Nicarágua, na Vila Universitária. Pereira é natural de Mogi Guaçu, cidade vizinha, mas mora com familiares na região da zona Leste. Os investigadores conseguiram identificar o jovem após a vítima ter fornecido, durante declaração enquanto ainda se encontrava internada, o apelido do suspeito, conhecido como Lê.
A partir disso, a polícia passou a cruzar as informações, chegando ao paradeiro de Pereira. A arma, um revólver calibre 38, usada no crime não foi localizada no imóvel. De acordo com a Polícia Civil, a prisão temporária, de 30 dias, ainda pode ser convertida em preventiva, dependendo da decisão da Justiça.
Relembre o caso
O crime ocorreu à Rua Janete Clair, às 19h30. Uma denúncia anônima, informando sobre uma pessoa baleada, levou a Guarda Civil Municipal (GCM) até o bairro. No local, uma mulher, companheira da vítima há 22 anos, relatou aos guardas municipais que ela e o pedreiro conversavam em frente à residência da família quando um homem em uma bicicleta se aproximou do casal, colocou as mãos na cintura e sacou um revólver. Nesse momento, Teixeira gritou para a mulher fugir e também correu em direção à garagem da casa.
O suspeito, então, desceu do veículo e seguiu a vítima até o portão da residência, efetuando os disparos. Enquanto a mulher gritava por socorro, pedindo para que acionassem a polícia, o homem retornou à bicicleta e fugiu. O pedreiro, já ferido, ainda tentou se esconder atrás de um carro, mas caiu e acabou preso entre o automóvel e a parede da garagem. Um dos vizinhos deslocou o veículo, ajudando no socorro. A área do crime foi preservada para o trabalho da perícia. Um dos guardas ainda conseguiu conversar com Teixeira, que estava consciente.
Segundo relato do GCM, a vítima informou o apelido do suspeito e disse que a arma era de calibre 38. O pedreiro ainda contou ter sido acusado, há algum tempo, de molestar uma menina, fato não comprovado. Desde então, ele e família receberam ordens dos “irmãos” do bairro para deixarem a região e, por isso, acredita que o autor dos disparos esteja a mando dessas pessoas para matá-lo. Questionada sobre esse fato, a Polícia Civil informou que o inquérito do suposto abuso, aberto na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), foi arquivado por falta de provas.