A Polícia Civil de Mogi Mirim registrou mais uma ação ousada de criminosos. A partir de uma farsa, dois assaltantes conseguiram invadir uma residência, na manhã da última quarta-feira, na região central da cidade. Segundo a vítima, uma estudante de 22 anos, um dos indivíduos estava com uniforme dos Correios.
De acordo com o boletim de ocorrência, a jovem contou que estava sozinha em casa quando o interfone tocou. O homem uniformizado informou que se tratava de uma encomenda, um Sedex para a mãe da estudante. A vítima, então, dirigiu-se à porta para receber a correspondência quando, ao assinar a ficha de recebimento presa a uma prancheta, o assaltante levantou a camiseta, exibindo uma arma de fogo.
“Fica quietinha que não vai acontecer nada! Só queremos o ouro e o dinheiro”, disse o criminoso, ordenando que a estudante entrasse rapidamente na residência. Nesse momento, o homem chamou um outro comparsa, que já estava próximo ao local, e ambos invadiram o imóvel.
Os assaltantes reviraram todos os cômodos da casa e constantemente pressionavam a vítima, pedindo ouro e dinheiro. A jovem relatou que eles, nitidamente irritados, apertavam e chacoalhavam seu braço, encostando o revólver, uma pistola oxidada, em sua testa.
A estudante ainda disse que tentava se justificar, mas era novamente agredida. Um deles, o qual não estava com a roupa dos Correios e mais violento, fechava a boca e apertava seu rosto com a mão.
Os criminosos fugiram só depois que uma vizinha, ao perceber uma movimentação estranha na residência, chamou pela jovem e gritando perguntou se estava acontecendo alguma coisa. Antes, eles trancaram a vítima em um banheiro. A dupla conseguiu levar R$ 150 em dinheiro, três anéis de ouro e 80 peças entre bijuterias, prataria e semijoias.
Na delegacia, a estudante examinou o acervo fotográfico, porém não identificou ninguém. O homem uniformizado era baixo, pardo, de cabelo curto e preto e não tinha o dente incisivo central superior direito. Já seu comparsa estava de óculos escuro, boné, camiseta azul marinho, o cabelo era castanho e a pele branca queimada.
A prancheta, a caixa de papelão com a logomarca dos Correios, envelopes e canetas foram recolhidos e entregues ao Setor de Investigações Gerais (SIG). O fato, publicado em um grupo nas redes sociais a fim de alertar a população, repercutiu e teve mais de duas mil curtidas e 4.504 compartilhamentos.
Esclarece
Em nota oficial enviada ao O POPULAR, na tarde de ontem, os Correios informaram que nenhum de seus empregados esteve envolvido na ocorrência. A empresa também esclareceu que o uso do uniforme de carteiro está restrito ao exercício das funções do cargo e às operações realizadas pelos Correios.
O carteiro também normalmente passa nas casas por volta do mesmo horário. Caso o carteiro seja “novo” ou a entrega ocorra em horário muito diferente que o de costume, é aconselhável observar os seguintes itens:
– Verificar se o carteiro usa o uniforme dos Correios nas cores amarelo e azul (a população deve atentar para o detalhe do logotipo da empresa no uniforme);
– Avaliar se o carteiro usa crachá (o uso do crachá em local visível é obrigatório e o crachá tem, além da fotografia do empregado, seu nome e a logomarca dos Correios);
– Verificar se o carteiro porta uma listagem, que o destinatário deverá assinar após receber a encomenda (é uma relação de objetos a serem entregues e os endereços dos destinatários).
