Em minha primeira coluna nas páginas de O POPULAR escrevi sobre a oportunidade que o período de pandemia poderia trazer ao esporte. Em um cenário de adversidade, muitas eram as perguntas de como as atividades amadoras retornariam e o que poderia ser preparado em termo de estrutura e até de ideias.
Mesmo sabendo que ainda estamos longe de uma absoluta normalidade, não há como ignorar que as atividades começam a voltar com força. As academias estão com seu fluxo sendo retomado, alguns campeonatos de futebol e outras modalidades já acontecem. Os atletas profissionais de esportes individuais já realizam treinamentos com carga total e não vai demorar muito para que o ambiente escolar receba com segurança crianças e jovens para as práticas.
No caso das academias e dos clubes, acredito que, em um futuro próximo, o aquecimento do setor cresça com força. Aquelas pessoas que adotaram posturas mais sedentárias do que de costume certamente vão querer correr atrás do prejuízo e retomar a forma para o verão na esteira da expectativa de que o avanço da vacinação permita praias, viagens, trilhas, passeios em geral.
Turbinados pela vontade extra da abstinência. Mesmo quem teimou em não alterar sua rotina, dificilmente conseguiu viver tudo o que desejava nesse ano e meio. Além disso, já está provado que não ter comorbidades e se manter o mais saudável possível é nossa melhor arma para lidar com esse e outros vírus. Vai ter mais gente querendo ser saudável. Aposto.
Com relação ao futebol amador, tenho um pouco mais de dúvida… Se teremos ou não grandes alterações. Podemos ter menos equipes em um primeiro momento, pela desmobilização forçada de alguns grupos. Mas o efeito contrário também pode acontecer.
Com algumas pessoas importantes que estavam afastadas se sentindo motivada novamente para montar seus times. Sinceramente, para mim é uma incógnita. O que eu espero mesmo ver é a parte ruim da rivalidade entre os dirigentes sendo deixada para trás, em nome de mostrar que a comunidade evoluiu para pensar em competições melhores para todos. Mas é só um sonho distante por enquanto.
Também fica a expectativa sobre aqueles que tem por dever de ofício fomentar a prática esportiva na Baixa Mogiana. Ansioso por conferir o que as secretarias de esporte de Mogi Mirim, Mogi Guaçu e Itapira prepararam para esse retorno. Vai ser inevitável que com o tempo surjam as comparações.
E que sejam niveladas pelo alto para que a inércia passe longe e a população, é claro, seja a maior beneficiada. Deu tempo de pelo menos cuidar bem, conservar e ajustar a estrutura que temos, já que a capacidade de fazer grandes investimentos é reduzida. Deu tempo também de ter novas ideias, ouvir as necessidades dos atletas e criar formas para atendê-las. Vamos ficar de olho e ver quem aproveitou bem.