sábado, novembro 23, 2024
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Hospital municipal terá investimento de até R$ 15 milhões e 1ª fase em 2020

Uma novidade pra lá de surpreendente na saúde pública de Mogi Mirim. No início da noite da última segunda-feira, o prefeito Carlos Nelson Bueno (PSDB) anunciou a construção de um Hospital Municipal, em uma área de 60 mil metros quadrados, de propriedade da Prefeitura, ao final da Avenida da Saúde, alto do bairro da Santa Cruz, e nos fundos da Rodoviária Municipal. O novo prédio terá investimento total, entre a construção, compra e aluguel de equipamentos, de R$ 15 milhões, verba oriunda de recursos públicos. Destes, serão empregados entre R$ 12 a R$ 13 milhões somente para a obra física.

A primeira fase do projeto, que inclusive contará com um Plano Diretor a fim de dimensionar etapas e definir o futuro do hospital, estará concluída entre março e maio de 2020. As etapas seguintes nasceriam à medida da necessidade operacional e do orçamento municipal disponível.

Estrutura
A fase inicial contemplaria um Pronto Socorro, Urgência e Emergência, Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal, Centro Cirúrgico, Ortopedia, quatro salas de cirurgia, 40 leitos, 20 femininos e 20 masculinos, Hemodiálise, e entre oito a dez leitos de UTI adulta.

Área está localizada no final da Avenida da Saúde, alto da Santa Cruz e perto da Rodoviária. (Foto: Divulgação)

Aparelhos de Raio-X e Tomografia também seriam disponibilizados no hospital. Todos os serviços são hoje oferecidos pela Santa Casa de Misericórdia, em crise com o Poder Público, estopim para a decisão do prefeito.

Embora ainda não esteja definido o número de funcionários para o futuro hospital, Carlos Nelson afirmou que pretende utilizar profissionais da própria Administração Municipal, afastando a possibilidade de contar com equipes do Consórcio Intermunicipal de Saúde 8 de Abril. Caso seja preciso, profissionais seriam contratados via concurso público.

Em hipótese de a Prefeitura continuar proibida de repassar dinheiro público para a Santa Casa, em virtude da transferência para contas particulares, o que é proibido e foi condenado pelo Ministério Público e Departamento Regional de Saúde (DRS) de São João da Boa Vista, os cerca de R$ 2,2 milhões, hoje repassados ao hospital, serão utilizados para a compra de insumos, acerto da folha de pagamento e demais necessidades. “Se precisar de mais, a Prefeitura terá condição de pagar”, bancou Carlos Nelson.

Obras
A expectativa do Poder Executivo é dar início às obras já no próximo mês de agosto. Tanto que Carlos Nelson ordenou que uma carta convite seja enviada em regime de urgência para cinco a seis escritórios, de olho na elaboração de um plano geral do hospital e o projeto específico para a primeira etapa. O terreno já foi limpo e começa a ser preparado para a obra.

“O hospital vai atender a cidade e futuramente, pelos planos que nós temos, vai servir a cidades da região também. Mas basicamente, seria para resolver definitivamente os problemas de saúde hospitalar da população de Mogi Mirim. Estou fazendo isso com a convicção que isso é o que mais angustia hoje a população, é a carência, as dificuldades, os riscos de ficar sem atendimento hospitalar. Este é meu compromisso pelos próximos dois anos de governo”, ressaltou o prefeito, em seu anúncio.

Carlos Nelson garantiu que a Prefeitura tem recursos em caixa para realizar as obras sem necessidade de financiamento. “Não precisarei de financiamento para deixar a primeira etapa pronta. Se a arrecadação de tributos da Prefeitura continuar da forma como vem vindo nesses três meses, teremos recursos para equipar o hospital”, prometeu.

“Não respeitam nem o prefeito”, dispara CNB
A paciência de Carlos Nelson chegou ao limite com o imbróglio junto à Santa Casa, em especial com a direção do hospital. O prefeito não acredita mais na eficiência dos serviços oferecidos, um dos motivos pela construção do hospital municipal. “Tomei a decisão nos últimos dias, porque comecei a perceber que é um crime deixar que a cidade continue refém de um grupo político que tomou de assalto a Santa Casa ou um grupo econômico que tomou de assalto a política”, reclamou.

Prefeito descarta intervenção caso não seja via ordem judicial. (Foto: Fernando Surur)

Ele se disse injustiçado. “Na verdade, é incrível que eu seja considerado inimigo da Santa Casa, quando eu diria, com todas as letras, que a Santa Casa não tem nenhum cuidado com a população. É só verificar a negativa deles (provedoria) ao acordo que propus. Não citam nem de passagem ser humano, vidas humanas, conforto, segurança, bem-estar, respeito humano. Não respeitam nem o prefeito da cidade”, atacou.

Em sua visão, todo o esforço em prol não só da melhoria do hospital, mas de toda a cidade, vem sendo tomado. “Eu não quero que ninguém ponha tapete vermelho na minha frente, mas não reconhecer o esforço que estou fazendo para recuperar financeiramente e economicamente a cidade é uma injustiça que não aceito mais, chega. Somos obrigados a pagar tudo antecipadamente, não recebemos o serviço de volta, fazem o que querem com o dinheiro, chegam a ponto de mudar o dinheiro de conta bancária”, criticou.

A acusação de omissão quanto à situação do hospital também não foi recebida com bons olhos. “O que está acontecendo hoje é fruto da pressão, da cobrança e da exigência da Prefeitura, não da omissão. Que omissão? Do prefeito não houve omissão, e fico indignado de ser envolvido em denúncia de omissão. Só estamos vivendo esse drama porque a Prefeitura tem um prefeito austero, que não se curva”, completou.

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