O atacante Geovane, que havia deixado o Mogi Mirim em agosto, teve chances de retornar ainda para a Série B. O atleta e a diretoria conversaram, mas não houve acordo.
Geovane disse que sua rescisão havia sido definida após um bate-boca com o presidente Luiz Oliveira ao cobrá-lo de vencimentos atrasados de agosto, que depois foram acertados.
O atacante também reclamou que o clube não pagava “bicho”, a premiação aos jogadores por vitória. Segundo o atacante, um prêmio de R$ 30 mil foi pago apenas na vitória contra o Náutico: “Eu falei que precisava de alguma coisa para tentar tirar o time dessa situação”.
O atacante disse que outra razão que o motivou a deixar o clube foi a saída de Rivaldo, que havia o contratado.
O assessor da presidência do Mogi Mirim, Cristiano Pereira Rocha, garante que as portas estão abertas a Geovane e negou ter havido um bate-boca, admitindo que o jogador, que era titular, poderia ter voltado. “Ele não saiu brigado, mais para frente ele pode voltar”, explicou Rocha, colocando que a saída foi uma decisão do clube, pois Geovane não atendia as expectativas para o momento.
O dirigente negou atraso de salários ou direitos de imagem de Geovane e explicou que, na gestão Rivaldo, os jogadores recebiam em uma data. Agora, o pagamento é feito em outra: “Ninguém ficou um mês sem salário”.
Em relação ao bicho, garantiu que são dados nas vitórias, mas não faz sentido uma premiação sem o time vencer.
Wagner e Magrão sofreram com direitos atrasados
Antes de deixarem o clube, o zagueiro Wagner e o centroavante Magrão sofreram com atraso no recebimento de direitos de imagem, a maior parte dos rendimentos dos atletas. Wagner e Magrão estavam afastados já no período em que Rivaldo era presidente. O assessor da presidência do Mogi, Cristiano Rocha, explicou que o pagamento das imagens não estava sendo feito porque os atletas não vinham atuando. “Não está jogando, vai receber imagem?”, questionou.
O caso de Magrão chegou à Justiça em virtude de ter sido colocado para treinar separado. Segundo o Sindicato dos Atletas Profissionais de São Paulo, que representou Magrão, o fato é proibido por lei e considerado assédio moral. “Este tipo de situação é crime previsto nos art. 197 e 203 do Código Penal Brasileiro. A lei proíbe qualquer tipo de afastamento e proibição de treinar. Proibi-lo, prejudica o corpo e o físico que são ferramentas de trabalho. A imagem do atleta também é prejudicada”, explicou o advogado do Sindicato, Filipe Rino, ao site da entidade.
A ação foi ingressada em agosto. “Menos de uma semana depois fomos procurados pela diretoria do Mogi, que nos propôs pagar os danos morais. Ficou convencionado ainda que o clube pagaria a Cláusula Compensatória Desportiva (salários que o atleta receberia até o fim do contrato)”, contou o advogado.
Livre, Magrão acertou com o Al Markhya, do Catar. “Além de treinar separado, não estava recebendo. Com a ação, conseguimos receber e ficar livre”, disse Magrão, ao site do Sindicato.
Wagner
Já Wagner fechou um acordo para receber quatro meses de atraso parcelado em 10 vezes em troca de ser liberado. O atleta, que acertou com o Atlético-PR, disse que teria motivos para entrar na Justiça, mas achou que não valeria a pena. “Achei melhor fazer um acordo. Estou saindo mas sempre agradecendo o Mogi por tudo”, declarou ao O POPULAR, após o acerto.
Controle
Rocha garantiu que os atrasos não tiveram relação com eventuais dificuldades financeiras. “Se tivesse com dificuldades financeiras não estaríamos com 43 jogadores, todos recebendo em dia”, apontou.