quarta-feira, setembro 18, 2024
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Humor Gráfico: desenhos antenados com o cotidiano

Charges, caricaturas, cartuns e quadrinhos, são essas as categorias que fazem parte do chamado humor gráfico, trabalho realizado, entre tantos artistas, também por Moisés Macedo, professor de artes da escola Lápis e Cia. de Mogi Guaçu e que na edição deste ano do Mapa Cultural Paulista foi o único artista da nossa região, que são vizinhas, a se classificar para a próxima etapa, quando irá disputar com artistas do Estado de São Paulo. Na fase estadual, ele foi classificado com as caricaturas (que são aquelas desenhos que dão ênfase nas características ou gestos e hábitos das personalidades) da presidente Dilma Roussef, do lutador de MMA Anderson Silva e do cantor, compositor e instrumentista Dominguinhos. Essa é a segunda vez que ele participa da etapa, na primeira recebeu menção honrosa.

Moisés conta que é comum participar de concursos como o do Mapa Cultural e que no total já venceu quase trinta salões de humor durante sua trajetória profissional. No entanto, ele relata que os desenhos em sua maioria não são feitos exclusivamente para participar dos campeonatos, já que as ideias surgem no dia a dia devido sua facilidade em perceber o lado cômico do cotidiano. “Sou muito bem humorado, por isso qualquer coisa para mim vira piada”.

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Artista de Mogi Guaçu foi classificado para próxima etapa do Mapa Cultural. (Foto: Ludmila Fontoura)

Esse lado cômico existe em todas as categorias do humor gráfico, inclusive na charge, que usualmente são produzidas para jornais, pois devem ser elaboradas em cima de fatos atuais e têm prazo de validade.

O artista também já fez esse tipo de humor gráfico para veículos de comunicação e aponta que “A charge é uma verdade que dói mais que um soco na cara por ser um desenho crítico”, tanto que nas ditaduras ao redor do mundo é muito comum que obras críticas desse tipo sejam censuradas.

Como a charge e o cartum (modalidade que se diferencia por não precisar ser factual e ter linguagem universal), precisam ter necessariamente ligação com a realidade, Moisés aponta que mais do que saber desenhar é preciso estar atento ao que se passa ao seu redor e estar atualizado, pré-requisito que também é importante para que vê o desenho. “Não basta saber desenhar, a pessoa tem que estar antenada e saber tirar proveito da situação”.

Além do vínculo exigido com a atualidade, outra característica da charge ou de qualquer tipo de humor gráfico é transmitir uma ideia clara, por isso Moisés explica que em alguns concursos o que importa mesmo não é ter um desenho perfeito, mas uma crítica que seja entendida logo no primeiro olhar de quem observa. “A pessoa tem que olhar e dar risada, por isso quando participo como júri voto nas ideias mais engraçadas e o mesmo acontece em alguns salões”, frisou.

Há vinte anos trabalhando na área, o artista já produziu mais de vinte mil obras de humor gráfico. Mas se para ele as ideias vêm assim, quase que instantaneamente, como será que ele faz para ensinar a criançada e os jovens a pensar?

“Às vezes eles (estudantes) ficam frustrados por que não têm ideia, aí eu digo que posso vender minha ideia, mas vou cobrar 20% a mais”, brincou Moisés.

Parte de projetos para o futuro, além das charges, caricaturas e cartuns, o artista pretende também lançar uma revista em quadrinhos.

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