No terceiro capítulo de suas histórias, o hoje destaque do futebol amador, Iago, recorda curiosidades do período em que defendeu o Red Bull, como as latinhas de energético que ganhava do clube e a oportunidade de disputar um torneio na Áustria.
Boteco – Eles davam Red Bull para vocês?
Iago – Davam, quem tava treinando no profissional, todo mês, tinha direito a uma caixa de 24 latas.
Boteco – O que você fazia com as latinhas, tomava?
Iago – Eu trazia pra cá, tinha uns esquemas de whisky, aí misturava. Tinha um esquema de um amigo nosso que jogava com nós na base, ele morava em Valinhos, ele conseguia os whiskies, Jack Daniels, mais em conta, aí trazia pra cá. Aí foi uma parceria, eu dava meia caixa de Red Bull pra ele, ele dava dois litros de whisky pra gente, às vezes vendia.
Boteco – Tomava sempre com whisky, com vodca também?
Iago – Com vodca, whisky, às vezes também puro, antes de treino, jogo, para deixar um pouco mais ligado, no vestiário.
Boteco – Não dava umas batedeiras?
Iago – Não, no intervalo dos jogos, eles davam para a gente, era obrigatório tomar, um copo de Red Bull, não uma lata inteira, mas um copo de 180 ml, um copo de malto e um copo de água. No vestiário, era tudo separadinho, cada jogador tinha o seu espaço. Antes do jogo, a gente tomava só água que eles deixavam e sempre tinha alguém olhando. E no intervalo, a gente tomava Red Bull, malto e água, o próprio preparador físico preparava pra gente. E tinha um gel que a gente tomava para repor energia no intervalo. Faz diferença, ajuda bastante.
Boteco – No Amador, você não toma Red Bull de vez em quando?
Iago – Não, nossa, acho que até enjoei de tomar Red Bull, tomava todo dia. Eu tinha bastante moral lá no Red Bull, eu e mais dois meninos. A gente sempre passava depois do treino pela diretoria, aí tinha uns coollers grandões lá, a gente falava: “Pode pegar aqui?”. O diretor falava: “Pode levar uns dois, três para vocês aí”. Nosso quarto tinha frigobar, tudo, era top.
Boteco – Vocês disputaram torneios internacionais?
Iago – Teve um torneio sub-18 na Europa, na Áustria. A sede do Red Bull era em Salzburgo, na Áustria. Aí participaram os 5 Red Bulls, o próprio Red Bull da Áustria, aí tem os afiliados, do Brasil, Alemanha, o de Gana, na África e Estados Unidos, aí Barcelona, Werder Bremen, Real Madrid, Bayern de Munique, deu 12 times, a gente perdeu na final pro Werder Bremen por 2 a 1, no último minuto do jogo. Fomos vice-campeões.
Boteco – E vocês iam para balada, para noite lá?
Iago – Não, não tinha como, a gente não conhecia nada, eu lembro que quando aquele Alan, centroavante do Fluminense, foi vendido pro Red Bull da Áustria, ele foi lá no CT e levou a gente no shopping. Ele foi com o carro dele na frente, a gente foi com um micro-ônibus, alguns jogadores, no shopping com ele, bacana demais lá, ele foi orientando, ajudando a gente, explicando como era, a gente conheceu bastante lugar lá, shopping, as pontes que tinham lá, ligando uma cidade na outra.
Boteco – O que teve de engraçado de bastidores na Europa?
Iago – A molecada zoava muito, na hora de dormir, fazia trolagem com treinador, música, vídeo zoando ele, com as roupas dele. As malas dele a gente fez ser entregue no hotel vizinho. Na etiqueta, a gente colocou o nome do hotel vizinho. Aí ficou procurando, até que fez uma reunião com a gente, deu uma dura na gente, a gente teve que ir lá buscar, mas não teve nada de punição, foi mais na esportiva, aceitou de boa.
Boteco – Iago volta, no último capítulo de suas histórias, para recordar a parceria no Red Bull com o meio-campista Lucas, filho de Marcelinho Carioca, momentos com o ídolo corintiano e um inusitado episódio com Müller no Fernandópolis.