A coleta domiciliar do Censo Demográfico 2022 teve início no dia 1º de agosto e, a princípio, estava prevista para ser encerrada em 31 de outubro. No entanto, a atividade foi prorrogada para até o início de dezembro. O motivo foi o atraso no levantamento das informações junto à população, causada, dentre outras coisas, pela ausência dos moradores e até mesmo da recusa do munícipe em responder os questionários ou de simplesmente não querer atender o recenseador.
Foi por essa razão que representantes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) que atuam na região da Baixa Mogiana se reuniram com a Administração Municipal e a imprensa na tarde de quarta-feira, 5, no Salão Vermelho da Estação Educação, para reforçar a importância da participação da população no Censo.
O levantamento acontece a cada 10 anos – excepcionalmente, por conta da pandemia, esta sofreu um atraso de dois anos – e realiza uma ampla coleta de dados sobre a população brasileira e permite traçar um perfil socioeconômico do país, com o objetivo de contar os habitantes do território nacional, identificar suas características e revelar como vivem os brasileiros.
As informações do Censo Demográfico são essenciais para o desenvolvimento e implementação de políticas públicas e para a realização de investimentos públicos e privados, como campanhas de vacinação, políticas educacionais, controle migratório, recursos federais para estados e municípios, áreas que necessitam de transporte público, moradias populares, obras viárias, investimentos prioritários em saúde, educação, saneamento básico, energia, programas de assistência à infância e velhice, benefícios sociais, entre outros.
“Tudo isso tem um impacto na nossa vida. Por isso, temos que mudar o pensamento e entender a importância do Censo”, destacou Carlos Bronzato Parente, coordenador censitário em Mogi Mirim. Ele elencou alguns motivos que causaram atrasos na coleta dos dados. As principais são as ausências e recusas de moradores em atender o recenseador. No caso da ausência, o recenseador é orientado a passar até quatro vezes no imóvel, em dias e horários alternados para ver se consegue encontrar o morador em casa. Se não encontrar, deixa um folheto para que o morador agende a entrevista.
Já em relação à recusa, Carlos disse entender a preocupação das pessoas, mas assegurou que o trabalho é seguro. “Alguns confundem com pesquisa eleitoral, outros têm receio de atender por medo de fraude ou até violência. E há a insegurança de passar informações pessoais. Posso assegurar que o Censo não tem relação com eleição e todos os dados passados são sigilosos, servirão apenas para fins estatísticos”, ressaltou.
Também reforçou que os recenseadores estão sempre uniformizados, com o colete do IBGE, boné do Censo, crachá de identificação e o DMC. Além disso, é possível confirmar a identidade do agente do IBGE no site “Respondendo ao IBGE” (respondendo.ibge.gov.br) ou pelos telefones 0800 721 8181, (19) 98287-0418 e (19) 3805-4343. Ambos constam no crachá do entrevistador, que também traz um QR code que leva à área de identificação no site. Para realizar a confirmação, o cidadão deve fornecer o nome, matrícula ou CPF do recenseador.
“Nossa meta é reduzir as taxas de ausência e de recusa para que tenhamos dados mais precisos da nossa população”, frisou. Segundo informações divulgadas pela coordenadora de área da região, Cynthya Antinori Nóbrega, Mogi Mirim foi dividida em 164 setores, sendo que o Censo já foi concluído em 25,6% deles, está em andamento em outros 45,7% e ainda tem outros 28,7% para serem iniciados.
Isso significa que os recenseadores já visitaram 23.390 residências, com a identificação de 46.008 pessoas no município. Do total de residências visitadas, foi registrado um índice de 15% em média de ausências e de 2,3% de recusas. “O Censo não é do governo ou de candidato. O Censo é do Brasil e para o Brasil. O Censo é de toda a população”, reforçou Parente.