sábado, novembro 23, 2024
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ICA foi sede de formação, com participação de Cirque du Soleil

O ICA, Instituição de Incentivo à Criança e ao Adolescente, sediou nesta semana a formação de educadores em circo social. Cerca de vinte pessoas, de variados locais da região sudeste do Brasil, como Ouro Preto (Minas Gerais) e Búzios (Rio de Janeiro), estiveram em Mogi Mirim para participar do evento. A formação é proporcionada pela Rede Circo Mundo Brasil, que integra diversas instituições brasileiras que trabalham com Circo Social, e tem suporte do Cirque du Soleil. A formação ocorreu no ICA porque a instituição é representante da Rede Circo do Mundo Brasil na região sudeste e já possui formadores de educadores no segmento.

Os formadores do ICA, porque já passaram pela capacitação em outros momentos, foram responsáveis por trabalhar com os diversos educadores que estiveram na cidade esta semana. O interessante nesta história é que entre os formadores dois começaram sua trajetória com circo dentro do próprio ICA, como alunos. Valber Barreto foi aluno, se tornou educador social e hoje também forma pessoas na área. Ou seja, foi por meio da instituição que ele se transformou, transforma e agora ensina a transformar.

“Descobri minhas potencialidades aqui mesmo (no ICA). Tive uma professora de circo que me viu e foi me dando responsabilidades. Estou aprendendo, me apropriando dos temas, estudando”, disse Valber.

A palavra transformação talvez seja essencial dentro do que o grupo realizou nesta semana. Afinal, Circo Social é isso! O ICA, assim como variadas instituições espalhadas pelo Brasil e que fazer parte da Rede Circo Mundo Brasil, trabalha com artes na perspectiva de mudança.

A Rede Circo Mundo Brasil hoje congrega mais de 20 instituições do país e promove as formações com o objetivo de alinhar a metodologia empregada. A Rede foi fundada nos anos 2000, mas o trabalho começou antes.

“Nós identificamos que havia instituição que trabalhavam com circo em diversas regiões e que juntavam elementos interessantes que era o conceito de educação popular, a perspectiva de transformação social mais as artes circenses. Então, o trabalho que fizemos foi fazer a conexão entre os iguais a fim de potencializar aquilo que eles tinham em comum que era a missão da transformação social e da geração de uma sociedade mais igualitária”, explicou Cléia Silveira, coordenadora do Serviço de Análise e Assessoria a Projetos (Saap/Fase).

Na época em que perceberam que havia pontos em comuns entre instituições, Cléia conta que atuava junto a um canadense que resolveu voltar para Canadá. Como tinha contato com o proprietário do Cirque du Soleil, ele sugeriu a ideia de criar um programa de Circo Social.

“Aí vem a conexão Canadá-Brasil. Foi um canadense que trabalha no Brasil que voltou para o Canadá propôs o programa e o Cirque du Soleil aceita. Então pode-se dizer que o programa de lá nasceu a partir da realidade brasileira”, ressaltou.

Foi assim que o Cirque du Soleil passou a fazer parte da história do circo social no Brasil e dá suporte a Rede Circo do Mundo Brasil e às instituições, como o ICA, formando educadores.

“Essa formação de educadores é acompanhada e assessorada pelo programa de formação do Cirque du Soleil. A formação é do ponto de vista temático, como gênero, cultura, cultura popular, e a pedagogia do circo social no sentido de que sejam formados educadores que falem a mesma língua e tenham a mesma percepção sobre as diferenças sociais, culturais, e que também se fortaleçam com ferramentas”.

Mariano Lopez, que é do Cirque du Soleil, explica que a princípio o objetivo era ensinar técnicas de circo, mas com o avançar do tempo o compromisso do Circo foi proporcionar a formação de Circo Social para que multipliquem a formação. Lopez ressalta que o Circo foi responsável por sistematizar a formação.

Durante a semana, também houve seminário e show de talentos.

ICA dentro do contexto

Mariano Lopez frisou que o Circo Social no Brasil é uma referência para outros países e inspira outras formações, assim como o ICA é para outros projetos. “E muitas pessoas de Mogi Mirim não sabe que o ICA é um centro de referência na região dentro da rede, referência para os latinos americanos, e como consequência a nível mundial”, frisou.

Circo Social: transformação

Cléia explica que a potencialidade do circo é fazer com que qualquer pessoa possa participar, sem depender, por exemplo, de uma linguagem que seja escrita.

“As habilidades circenses possibilitam descobrir que eu posso, eu sei, eu tenho capacidade. Eles (jovens) muito rapidamente absorvem a técnica do circo por ser uma linguagem corporal e domínio de corpo ele (jovem) já tem. E isso muda os sentimentos. Transforma rapidamente em sentimento de potência. Outro elemento do Circo Social é que a gente não quer focar só em movimento de corpo, mas quer também possibilitar uma reflexão sobre a sociedade e diferenças. Os espetáculos falam de uma realidade social”, disse Clélia.

Marina Makhohl, é de Búzios, no Rio de Janeiro, onde atua com coordenadora e educadora no projeto CircoLo. Para ela, o circo aguça valores.

“O circo exige valores do ser humano, como a cooperação, a sensibilidade, o olhar. Quando você está em um número de circo precisa ter isso muito desperto para que haja segurança, percepção do que está acontecendo naquele momento. Na metodologia a gente faz com que esses mecanismos sejam aguçados”, finalizou Marina.

Fotos: Acervo ICA

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