sexta-feira, setembro 20, 2024
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Imagem arranhada e em descrédito

Não é de hoje que, em Mogi Mirim, a Câmara Municipal é alvo da ira, indignação e até desprezo por boa parte do mogimiriano. Não se fala apenas da atual legislatura do Poder Legislativo, composta por 17 vereadores, mas também pela forma como o trabalho da Casa de Leis é conduzido. A imagem arranhada passa muito em função da antiga legislatura, durante a gestão de Gustavo Stupp (PDT), com maioria a favor do ex-prefeito e duvidosa do ponto de vista político, naquela que ficou conhecida como a Bancada do Amém, grupo de 9 vereadores a favor de Stupp. O fato é que se a Câmara já não transmitia confiança, a situação piorou durante este período.

O quadro se mantém, fazendo com que a Câmara tenha um grande desafio em mãos: mostrar para a população o trabalho e o compromisso com a cidade.

Um fato simbólico e que mostra a quebra de confiança foi visto na última semana. Após a divulgação da notícia por O POPULAR de que, em 89 dias, somente 5% da reforma do antigo gabinete do prefeito e do pavimento superior da sede da Câmara no Paço Municipal estava concluída, passo crucial para a saída do Palácio de Cristal, queixas dos mais variados tipos invadiram as redes sociais. Os edis foram duramente criticados, para não dizer esculhambados.

É claro que durante a gestão do ex-presidente Jorge Setoguchi (PSD), a fiscalização deveria ter sido mais rigorosa, a fim de não chegar à atual situação, mas isso é mero detalhe perante o quadro atual. A Câmara, agora presidida por Mané Palomino (PPS), precisa criar ferramentas que afastem o rótulo negativo dos 17 vereadores.

Para boa parte do mogimiriano, vereador não trabalha e só faz média em período eleitoral de olho no voto. Vereador está ali para abocanhar o dinheiro público. Vereador dá de ombros para a cidade. Vereador tem compromisso com ele mesmo e seus interesses. Vereador é folgado e sem importância.
Esse é o cerne da questão que Mané, a Mesa Diretora e os demais edis devem se debruçar para virar o jogo. Se existem vereadores populistas, demagogos e sem as mínimas condições para legislar pelo povo, há aqueles edis que vestem a camisa e trabalham em prol de Mogi Mirim. É justamente essa imagem que precisa se tornar pública.

Passou da hora de um planejamento eficaz e profissional sobre como a Câmara Municipal deve transmitir seu trabalho aos olhos do mogimiriano, sair das paredes do Palácio, atingir o conhecimento da pessoa lá fora e mostrar, sim, que trabalha.

Não bastam explicações rasas e postagens em redes sociais. É preciso uma estratégia digna de um Poder Público, com profissionais engajados nesta tecla, algo que engrandeça uma Casa de Leis com papel determinante para o presente e futuro de Mogi. Ou o cargo de vereador continuará a ser motivo de chacota por muito tempo.

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