sábado, novembro 23, 2024
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Iminência de uma nova crise

Em uma administração, não basta apenas organização, boas ideias e vontade de implantar políticas públicas voltadas a uma população muitas vezes carente. São essas pessoas que necessitam de escolas para deixar seus filhos, de postos de saúde, de moradia, de locais que lhes garantam lazer nos momentos de folga e diversos outros serviços básicos que contribuem com a formação e dignidade de cada um.

Para o correto funcionamento dessas atividades são necessárias pessoas comprometidas com suas funções, em uma realidade que se distancia de diversos exemplos da iniciativa privada, onde há condições mais favoráveis com relação a salários e estrutura de trabalho. No serviço público, são educadores, médicos, serventes, assistentes sociais, guardas municipais e agentes que dedicam boa parte do seu tempo ao bem comum.

Por isso a valorização do servidor municipal de carreira, desprezada por diversas administrações, é um bem a ser alcançado pela Administração, já que são eles que carregam a máquina pública e conhecem a rotina muitas vezes desgastante e cercada de burocracias inerentes à estrutura organizativa para o correto funcionamento do sistema. Passam os governantes, mas são os servidores concursados que garantem a continuidade dos serviços básicos.

Em meio à falta de estrutura que prejudica a realização de um serviço mais eficiente, esses trabalhadores também convivem com a falta de perspectivas. Perspectivas de um aumento justo nos vencimentos, de melhores benefícios, de um plano de carreira consistente e condições para desempenhar um serviço de melhor qualidade ao cidadão.

Ao abrir as negociações para o dissídio dos servidores municipais, já é possível enxergar algumas barreiras que terão que ser enfrentadas pelos trabalhadores. Uma delas é o Plano de Cargos e Salários, que pelo que já se sabe, será um empecilho nas negociações com a Prefeitura, já que, muito embora sejam negociações distintas, o investimento deve sair de um mesmo lugar, influenciando assim no índice do dissídio a todos os servidores.

O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sinsep), que solicita um aumento de 13% nos salários, terá que certamente enfrentar a recusa da Prefeitura, justificando a impossibilidade de conceder tal aumento, calcando-se na hipotética implantação de um plano, que sequer foi apresentado às categorias e certamente será alvo de diversos questionamentos.

Agora, caberá ao sindicato lutar para uma união que não pôde ser vista em 2013, quando um número irrisório de servidores entrou em greve pedindo maior atenção ao Governo Municipal, e a equipe do prefeito Gustavo Stupp, em repensar as atitudes e refletir se valerá a pena mais uma crise com os mais de 2.400 trabalhadores, base fundamental para o bom funcionamento de qualquer organização pública.

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