A Associação Comercial e Industrial de Mogi Mirim (Acimm) é uma referência como entidade representativa, construindo uma história que engrandece o município e mostra o poderio de empresários locais que ainda ostentam a capacidade de se organizar em promoções, aperfeiçoamento profissional e prestação de serviço. A sede monumental da entidade é fruto de dedicação de vários presidentes que sustentaram o propósito de um órgão de classe, mas inegavelmente tem como principal protagonista José Antonio Scomparin, responsável pela reviravolta na direção da Acimm desde o início dos anos 80.
Hoje, a associação é uma instituição consolidada, congregando as mais importantes empresas locais em um projeto de interação e cooperação, cerne do espírito que deveria conduzir os modelos de gestão e se estender até o processo sucessório.
Mesmo sendo uma entidade reservada e particular, tem na comunidade uma parcela de interesse que deve ser respeitada, até pelo suporte da Administração municipal em eventos cooperados. Mas o que deveria ser o reflexo do espírito de corpo empresarial está se transformando em constrangedores episódios envolvendo dois grupos que disputam o poder há alguns anos.
É explícita a divergência do grupo agregado em torno do atual presidente Jorge Antonio Barbosa e o liderado por Scomparin. Desde o confronto que resultou na expulsão do Sindicato do Comércio Varejista de Mogi Mirim (Sicovamm) da sede no Lavapés, as críticas têm sido ácidas e as disposições parecem irreconciliáveis.
Na eleição passada, Barbosa concorreu com Nelson Theodoro Júnior, agora mais uma vez candidato declarado. E o que se vê é um clima que beira a grosseria em público. O bate-boca explícito durante a festa de entrega dos prêmios da campanha de Natal deste ano chocou os presentes e repercutiu negativamente entre associados.
Todas as recentes manifestações da atual diretoria e da declarada oposição têm sido marcadas pela imprevidência e pelo desrespeito ao rigor que os cargos impõem. Mesmo se tratando de questões internas da associação, a sociedade acompanha cada passo da polêmica e fica ciente dos desatinos que vêm a público. A alta representatividade da Acimm, o numeroso quadro de associados e a história da entidade pedem moderação, respeito e a defesa do interesse da economia local, antes dos propósitos pessoais.