Um incêndio em um terreno na Rua Itororó, no Tucura, gerou perturbação aos moradores da localidade, na tarde de segunda-feira. Um terreno de grande dimensão foi tomado pelo fogo em praticamente toda sua extensão, fazendo a cor preta dominar o ambiente e prevalecer sobre o verde.
A moradora Maria Izabel Veira Castilho entrou em contato com a reportagem de O POPULAR cerca de duas horas depois do ocorrido e reclamou que não conseguiu falar no Corpo de Bombeiros. A moradora, que tem uma casa em frente ao terreno, contou que suas ligações não foram atendidas e nem as realizadas por outros moradores.
O POPULAR esteve no local no final da tarde de segunda-feira e ainda havia focos de fogo e fumaça em diversos pontos. A própria calçada estava repleta de resquícios do incêndio.
Izabel revelou que no momento de maior intensidade do incêndio era praticamente impossível sair na rua, pois era difícil enxergar, além do prejuízo para a respiração. Foi necessário sair de carro por outro acesso.
Denúncia
À noite, a moradora disse ao O POPULAR que o sistema de monitoramento de sua residência gravou o início do incêndio, que afirma ser criminoso. Maria Izabel revela que as imagens mostram um homem descendo de uma caminhonete e ateando fogo de forma proposital. Porém, lamenta que o vídeo não permite visualizar a placa do veículo devido à distância. No entanto, Maria Izabel pretende denunciar o caso às autoridades responsáveis.
Bombeiros têm extravio de ligações e problemas
O POPULAR entrou em contato com os Bombeiros de Mogi Mirim e recebeu a informação de que não houve registro de chamados para a Rua Itororó, mas iria enviar uma viatura para o local. O chefe de equipe Alexandre Salzani, explicou que os telefones estão com problemas de extravio de ligações de uma cidade para outra, o que faz até equipes irem até ruas de mesmo nome e se deparar com o engano. Assim, a sede de Mogi recebe ligações de outras cidades e, em alguns casos, as chamadas feitas para o Bombeiros local podem ser extraviadas para outro município, que assim pode não ter atendido as ligações. Porém, garantiu que havia uma funcionária atendendo as ligações nesta segunda-feira, em Mogi.
Outro problema é a redução de viaturas. Hoje, os Bombeiros contam apenas com um caminhão, pois um veículo está quebrado, aguardando peça, e o outro, emprestado pelo Meio Ambiente, estava em manutenção. Além disso, férias e afastamento de funcionários deixaram a equipe com número reduzido de profissionais. “Está difícil”, explicou Salzani.
Salzani lembrou que houve muitos registros na segunda-feira, com seis ocorrências de fogo. Um dos casos ocorreu na Rua Conde de Parnaíba, com um princípio de incêndio na rede elétrica. A Elektro foi acionada para desligar a energia, pois o Bombeiros não pode jogar água na rede elétrica. Quando foi desligada, não houve necessidade de jogar água, com o fogo sendo controlado apenas com o desligamento da força. O chefe explicou ser necessário finalizar uma ocorrência para atender a outra. Outras ocorrências na segunda-feira foram a retirada de uma égua morta de uma vala, no Parque das Laranjeiras, e o salvamento de um cão, que havia caído em uma fossa, na Santa Clara.
Denúncias podem ser realizadas pelo telefone
Chefe da equipe de Bombeiros de Mogi Mirim, Alexandre Salzani, salienta haver uma lei municipal proibindo a queima de mato, com previsão de multa calculada com base na metragem atingida pelo fogo. O telefone para denúncias relacionadas à queima de mato é o 3805-2712, da Secretaria de Meio Ambiente, por se tratar de crime ambiental.
O recomendado é a denúncia ocorrer no momento em que o crime estiver sendo praticado, pois possibilita o flagrante.
Salzani observou que muitas pessoas acabam jogando fogo em lixos por não terem paciência de esperar o recolhimento pela Prefeitura. Outro caso comum é a opção de cortar o mato e limpar o terreno por intermédio do fogo, reduzindo custos com contratação de serviço para manutenção do local. Porém, essas estratégias prejudicam a saúde dos moradores, afetando especialmente quem sofre de problemas respiratórios, e podem causar acidentes pela visualização prejudicada do trânsito com a fumaça.
Salzani conta que os Bombeiros tentam orientar a população, mas nem sempre são atendidos.