Na próxima semana, Mogi Mirim estará em plena campanha pela igualdade. Afinal, a “Nós Somos Mobilidade: Semana da Inclusão e do Trânsito”, lançada pelo governo municipal, tem ou ao menos deve ter um papel de busca por equidade. É aquele lance famoso dos direitos iguais que, sabemos muito bem, não interessa a todos.
Os que não têm nenhum tipo de problema aparente que o coloque como um típico deficiente, poucas vezes se engaja em causas como estas. E é uma ação que precisa ir além de uma semana de trabalho. Oras, o número de pessoas com algum tipo de deficiência, destas que estamos acostumados a tipificar desta forma, é enorme. E falamos “desta forma”, afinal, todos temos alguma deficiência. Inclusive, alguns, apresentam déficit moral e este, convenhamos, não é dos mais fáceis de reverter, tampouco lidar.
Mas foquemos no plano central aqui, que é abrir uma discussão bem ampla quanto ao assunto. Temos entidades sérias que cuidam e promovem melhores condições de vida a pessoas, de todas as idades, que apresentam alguma deficiência. Temos ainda o privilégio de contar no município com um centro especializado como é o Lucy Montoro, uma referência regional.
Só que precisamos de muito mais. A mobilidade urbana ainda é deficitária para atender as necessidades de quem conta com alguma condição capaz de limitar. Nossa mente, talvez involuntariamente, já pensa em pessoas com cadeiras de rodas. Eles carecem de melhores condições, óbvio. Porém, esta relação é muito maior. Cegos, surdos, mudos. Pessoas com outras limitações físicas e em situações que, apenas há pouco tempo, são colocadas em debate, como os monoculares.
Por óbvio, é interessante demais que haja engajamento municipal neste sentido e ninguém está aqui menosprezando a idealização e eventuais consequências da ação. O que queremos é mais. Queremos mais espaço para que as pessoas com deficiência falem, exponham os problemas para que possamos, enquanto sociedade, criar um cenário em que todos estejam em situação paritária.
Inclusive, deixamos o espaço aberto aqui, no jornal O POPULAR, caso alguém queira assumir uma coluna com publicações periódicas a respeito do tema.
Também fazemos a proposta para que o comércio e a indústria local encontre caminhos para desenvolver campanhas neste sentido, além das instituições religiosas, tudo para que as entidades que zelam por estes indivíduos ímpares e que mesmo aqueles que não dependem destas instituições possam estar, de fato, incluídos.
Sabemos que somos todos iguais, mas também que as condições não são iguais para todos. É preciso lutar e deixar de ser uma sociedade deficiente quando o assunto é incluir.