sábado, novembro 23, 2024
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Incompetência e desrespeito

Não restam dúvidas de que o Mogi Mirim vem fazendo muito para estremecer ainda mais uma relação já estremecida com seu torcedor. Após uma conturbada saída do ex-presidente Rivaldo Vitor Borba Ferreira da presidência do clube, em julho de 2015, sob uma avalanche de críticas, havia certa expectativa de que uma nova gestão poderia aproximar o clube da cidade. Logo no início da gestão do atual presidente, Luiz Oliveira, a impressão era de que esse pedido seria concretizado e a cidade fosse mais respeitada.

O lançamento de um projeto de marketing seguido do plano de sócio-torcedor, algo inédito no clube, foi visto com bons olhos. Ali, passou-se a imagem de que o clube seria gerido de maneira pioneira, com foco voltado ao torcedor, para a expansão da marca e uma condição que recolocasse o Mogi como uma das principais forças do interior. Passados 20 meses, a certeza é de que nada disso aconteceu.

Após uma série de problemas políticos e administrativos, o mais novo capítulo da péssima relação entre clube e torcida ocorre durante o Campeonato Paulista da Série A2. Após atuar longe do Estádio Vail Chaves por oito jogos, devido à ausência de laudos que liberassem o estádio pelas autoridades de segurança, uma determinação da Vara da Infância e Juventude proibiu a entrada de menores de 18 anos no estádio, fato presenciado nas partidas diante do Água Santa e Capivariano. A situação já havia ocorrido em 2016. Na época, a alegação era de que o clube não havia reunido a documentação necessária para a entrada dos menores.

O episódio, que poderia ter servido de lição, incrivelmente volta a ser presenciado. Embora o Mogi não tenha se pronunciado com detalhes até o momento sobre quais as alegações da Justiça para barrar a entrada, é inadmissível que um clube de futebol profissional faça que o torcedor passe por tal constrangimento. Se o problema já foi visto no retorno ao Vail, era obrigação da diretoria correr contra o tempo e permitir a liberação dos torcedores no último sábado. Mostra extrema incompetência e desleixo com o torcedor.

A troca de garrafas pet por ingressos foi um dos poucos momentos de lucidez da diretoria, mas não o suficiente. A reportagem chegou a presenciar pais que trouxeram seus filhos de Santo Antônio de Posse e Campinas e não puderam acompanhar as partidas em virtude da determinação.

O Mogi perde a oportunidade de formar novos torcedores. Fecha seu estádio para uma geração que deseja, tem vontade e quer conhecer o futebol, escolher seu time de coração ou apenas acompanhar uma equipe símbolo da cidade, adorada por todos os cantos e de história ímpar. Expulsa pais, avôs e avós, que vão com seus netos, ao Vail Chaves. Dá de ombros para o futuro, faz o torcedor de bobo. E não parece nem aí. Um verdadeiro absurdo e mais uma mancha negativa na história do clube, que, de glórias, vem acompanhando a vergonha sair como a vencedora.

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