quinta-feira, novembro 21, 2024
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Individualismo é tema vencedor de concurso

Individualismo, é esse o tema central do conto que ficou em primeiro lugar na categoria adulto do VIII Concurso Literário Orlando Bronzato, o Pintaca. O texto chamado “O sofá perfeito” é do estudante de Direito, Matheus Cardoso Malvezzi, que mora no Jardim Cintra, em Mogi Mirim, e que concorreu com 25 escritores. Na categoria, os premiados trataram ainda sobre um gato que falava, o cotidiano de um soldado e ainda sobre a angústia de uma idosa  maltratada pela vida.

Em “O sofá perfeito”, o autor aborda aspectos da vida moderna como relacionamentos apenas pela internet, fast food, disputa no mercado de trabalho e, principalmente, o consumismo. Na obra, o personagem é Vítor, um homem deslumbrado com o emprego que se considera invejável para as demais pessoas, que deixou de lado a família e sua vida social para viver na metrópole, na qual não se alimenta de forma saudável, não tem amigos e que adora esbanjar dinheiro, situação que o levou a comprar “O sofá perfeito”.

“Quando eu decidi escrever não sabia sobre o que iria tratar, mas conversando com os amigos vi que isso era uma coisa que também estávamos sentindo. Eu acho que de certa forma vivo isso também, é da geração”, explicou Malvezzi, que tem 23 anos.

FOTO MATHEUS
“De certa forma viso isso também”, disse Matheus, o vencedor.

O autor disse que desde pequeno gosta de escrever, mas que apenas uma vez chegou a participar do Concurso Literário, isso foi em 2007 e na ocasião ele recebeu a menção honrosa. Apesar de ter gosto pela escrita e considerar seu texto bem feito, Malvezzi disse que não esperava vencer.

“Não esperava até porque o texto é muito pesado, bem pessimista, até me causou mal estar ao escrever, aí não sabia como a mensagem seria aceita”.

A temática foi bem aceita e por isso mesmo Malvezzi emplacou o primeiro lugar que, de acordo com ele, é um fator que o motivará ainda mais a produzir para os próximos concursos.

Depois de Malvezzi, quem ficou na segunda colocação foi Danilo Borssarino, morador do bairro Mirante, e que contou a estória de Pipoca, um gato que apareceu em sua casa e que passou a viver com ele e Donald, um cachorro, até que começou a falar, importunar o cão e até sua veterinária. O conto se chama “Meu amigo pipoca”.

Já a terceira colocação foi para “Gatinho!”, que na verdade não se trata de um gato, mas sim de um cão. A estória é de Wiliam Antonio Zacariotto, de Mogi Guaçu, que tratou da vivência de um soldado em um forte e que em um dia desses enquanto dormia acabou por sonhar que havia fugido e encontrado um cão que de tão macio tomou nome de Gatinho.

Na sequência, a menção honrosa foi para Liliana Alegre que escreveu “Ressentimentos de Sarah”, que aborda a dor de uma idosa abandonada pelo marido e que de tão triste manteve por um longo período da vida o coração, e as portas e janelas de sua casa trancafiadas.

As obras vencedoras estão disponíveis para leitura na íntegra na Biblioteca Pública Municipal, responsável por realizar anualmente o concurso.

Confira trechos das obras vencedoras:

“Vitor estava isolado do mundo e confortável com essa situação. Seu contato com a sociedade se dava mais através de uma tela de plasma do que pessoalmente e ele já não tinha mais nenhuma vontade de fazer nada o que outrora fez parte de sua rotina”

Trecho de “O sofá perfeito”, 1ª colocação, de Matheus Cardoso Malvezzi

“- Pi…Pipoca…você fala?

– Ué do mesmo modo que você também fala – respondeu o felino.

– Pois é, mais eu sou homem! – argumentei assustado.

– E eu, um gato – disse Pipoca”

Trecho de “Meu Amigo Pipoca”, 2ª colação, de Danilo Borssarino

“O cão é preto e branco, tem patas fortes, pelos lindos, pelos de gato, assim dou seu nome de “Gatinho”. Chamo ele de Gatinho e ele parece não entender, mas vai aprendendo e me entendendo”.

Trecho de “Gatinho!”, 3ª colocação, de William Zacariotto

“Um dia Domenico partiu num transatlântico como sempre sonhara, deixando Sarah e o filho. Com o passar dos dias a decepção de Sarah só fez aumentar quando descobriu que ele havia perdido tudo o que possuía nas mesas de jogo”.

Trecho de ““Ressentimentos de Sarah”, Menção Honrosa, de Liliana Alegre

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