sábado, novembro 23, 2024
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Insegurança alimentar em tempos de pandemia

Comemorou-se em 16 de outubro o Dia Mundial da Alimentação. Esta data faz referência à criação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), no ano de 1945. A primeira data comemorada foi em 1981, quando o tema abordado foi “A comida vem primeiro”.

Esta data tem o intuito de desenvolver na sociedade uma reflexão quanto ao quadro atual da alimentação mundial. Sendo assim, e diante do cenário de pandemia, gostaria de falar um pouco sobre insegurança alimentar.

Antes da pandemia decorrente do novo coronavírus, já vivenciávamos um cenário de crise sanitária, que era agravada por problemas sociais, econômicos e ambientais. Milhões de pessoas já sofriam em quadros de desnutrição, obesidade e danos à saúde causados pelas mudanças climáticas.

Segundo pesquisa realizada pela Universidade Livre de Berlim, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais e a Universidade de Brasília, 59,4% dos domicílios brasileiros se encontraram em situação de insegurança alimentar durante a pandemia.

Podemos dizer que a insegurança alimentar não é só a escassez de alimentos, mas também a substituição de alimentos ricos em nutrientes e vitaminas (in natura), por alimentos mais baratos, geralmente pobres nutricionalmente. Grande parte destes alimentos é industrializado, ricos em farinhas e açúcares.
A falta de alimentos em quantidade e qualidade adequada traz impactos desastrosos à saúde da população, tanto no aspecto físico, quanto mental, podendo tornar a população mais pobre ainda mais vulnerável às doenças, inclusive à Covid-19.

Em nosso país, a alimentação de qualidade é um direito assegurado pela lei nº 11.346/2006, mas, apesar desta previsão em lei, grande parte da população ainda se encontra em situação de vulnerabilidade alimentar. Percebemos, neste contexto, que a insegurança alimentar é uma questão ampla e que envolve inúmeros fatores, não sendo o único problema enfrentado pelo mundo, mas um dos mais complexos.
Nesta data devemos refletir sobre nossos hábitos alimentares, sobre o que desperdiçamos e sobre o que estamos fazendo para reduzir a fome. Não devemos esperar apenas por políticas públicas, mas sim nos envolver mais na sociedade e ajudar a mudar pelo menos o quadro de onde vivemos.

Valorizar a agricultura familiar, a criação de pequenas hortas em casa, não desperdiçar alimentos e adotar uma alimentação saudável e sustentável são apenas algumas das ações que estão ao nosso alcance. Pequenas atitudes podem fazer um mundo melhor para todos.

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