A Viação Fênix, empresa responsável pelo serviço do transporte público em Mogi Mirim, voltou, na sexta-feira, dia 20, a operar com os itinerários e horários antigos. A medida atende uma determinação do prefeito Carlos Nelson Bueno (PSDB) que, após inúmeras reclamações dos usuários, resolveu suspender a integração de linhas dos ônibus. O novo sistema não chegou a completar uma semana e já terá que ser reformulado pela empresa, visando cessar os problemas relatados pelos passageiros, na semana passada.
A Secretaria de Suprimentos e Qualidade notificou a empresa, que terá um prazo de 20 dias para implantar um novo sistema de integração, realmente adequado às necessidades dos usuários, sem prejudicá-los em seus deslocamentos. Na manhã da última quarta-feira, dia 18, representantes da Fênix assinaram a notificação e acataram a decisão do prefeito, sob pena de providências legais previstas no contrato de concessão, em caso de descumprimento.
O prefeito Carlos Nelson Bueno (PSDB) classificou como “inaceitável” o fato dos usuários do transporte coletivo, que deveriam ser beneficiados com a integração, estarem descontentes com a mudança feita pela empresa. “Exijo o retorno imediato dos horários e um estudo rápido da empresa, sob o acompanhamento da Secretaria de Transportes, para implantar o sistema de forma a beneficiar e não confundir a população”, determinou o chefe do Executivo.
Em nota, encaminhada à imprensa, a Prefeitura garantiu que todos os contratempos causados pelo sistema seriam solucionados e uma nova integração, sem alterar os trajetos já realizados pelos ônibus na cidade, estruturada
Relembre
No último dia 12, uma quinta-feira, quando teve início o novo sistema, a desinformação tomou conta dos pontos de ônibus. Na região central, como na Rua Coronel João Leite, na Praça Floriano Peixoto, o Jardim Velho, e na Rua Doutor Ulhoa Cintra, os usuários do transporte público estavam perdidos quanto às mudanças das linhas e horários. Houve até passageiro que pagou por duas passagens, indo contra a principal finalidade da integração, ou seja, de poder pegar dois ônibus dentro do limite de uma hora, pagando apenas uma tarifa pela viagem.
Funcionários da Fênix distribuíram panfletos com os novos itinerários e números das linhas. Contudo, a principal reclamação dos usuários dava conta da falta de um período experimental antes do começo efetivo do sistema. Na segunda, dia 16, a passagem do ônibus passou a custar R$ 4,20, R$ 0,70 a mais do que o valor atual. O último reajuste ocorreu em 2015.
Usuários querem redução e não aceitam os R$ 4,20
Os usuários do transporte coletivo estão se mobilizando e ainda colhem assinaturas para um abaixo-assinado contra o atual valor da tarifa. O movimento também era contra o sistema de integração, já adiado pelo Executivo. “Queremos o valor de R$ 3,50 novamente, pois é muito justo. Aqui é interior e os ônibus não circulam de forma exagerada e gastam horrores de combustível”, justificou a usuária Débora Wind. Ainda não há um número fechado da quantidade de assinaturas, que começaram a ser coletadas no dia 14.
Segundo os passageiros, não há motivos para o aumento, uma vez que os cobradores foram extintos e o valor do diesel reduziu. Além disso, eles alegam que os motoristas aguardam, há tempos, pelo reajuste salarial. Falta de respeito total com os munícipes. Qual o valor do salário de um prefeito e de um secretário de Transportes? “Você acha que eles irão precisar pegar um circular?”, questionou Débora. Ao final do processo, as assinaturas serão entregues à Câmara Municipal.
Procurada por O POPULAR, a Prefeitura informou que a tarifa permanecerá nos atuais R$ 4,20, uma vez que a integração foi suspensa temporariamente, dentro de até 20 dias, e voltará a vigorar.
