Gaudêncio Torquato*
O vírus mutante da Covid-19, esse diabo que tenta jogar o planeta no inferno, instiga uma bateria de interrogações: as vacinas já desenvolvidas e outras em estágio de testes poderão enfrentar as novas cepas que estão surgindo, aqui e ali, sabendo-se que sua letalidade é bem maior que a do atual coronavírus? A Humanidade estará preparada para debelar pandemias mais intensas e cruéis, como preveem cientistas e patrocinadores da ciência, como Bill Gates?
A resposta da ciência, até o momento, gera esperança. Estamos avançando celeremente no campo da Inteligência Artificial. Que poderá ajudar o planeta a alcançar imensas conquistas em importantes setores da ciência. O homem possui duas habilidades fundamentais e inigualáveis, a conectividade e a atualização, isto é, a capacidade de se conectar com outras redes neurais e continuar aprendendo, e a habilidade de se atualizar.
A inteligência artificial já começa a fazer presença em nossas vidas, bastando lembrar o reconhecimento da pessoa pela voz e pelos traços, algoritmos que orientam os empreendimentos e sistemas de vendas, enfim, como “o principal impulsionador de tecnologias emergentes, como Big Data, Robótica e IoT “(Internet das Coisas)”.
Os carros elétricos já são uma realidade, integrando o esforço para diminuir a expansão do gás carbono, apesar de não ter se descoberto ainda um processo menos poluidor de fabricação de baterias. Logo mais, teremos os carros autônomos, e com eles, a possibilidade de menor índice de acidentes nas estradas.
No vasto campo da robótica, o progresso é extraordinário, a partir da implantação no chão de fábricas de robôs que operam na montagem e empilhamento, a par de modernos sistemas de controle de produtos nas lojas. Na medicina, a varredura no corpo humano permite ao corpo médico saber rapidamente o que está ocorrendo com o paciente.
O próprio pode olhar seu relógio e saber de imediato como estão os indicadores gerais de sua saúde. E constatar o complexo vitamínico de seu corpo, com as necessidades. A enfermagem atenderá de maneira virtual.
Mas eliminará milhões de empregos – motoristas, radiologistas, avaliadores de seguros. Para onde irão esses contingentes? Os horizontes tecnológicos terão condições de abrigá-los? É o drama que nos espera.
E que impactos ocorrerão na frente da política, onde estão os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário? Serão fortes.
A transparência plena será um valor de uma era de cobranças e de maior participação social no processo político. A moral e a ética permearão o foro de debates. Governantes e representantes serão passados a limpo todo tempo.
* Autor é jornalista, escritor, professor titular da USP e consultor político