sábado, abril 19, 2025
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Intolerância e ódio

Depreciar uma pessoa por causa de sua orientação política, religiosa e sexual. A intolerância, lamentavelmente, está presente em muitas ações do dia a dia, em especial, nas redes sociais. Ela já foi e ainda é responsável por tragédias ocorridas ao longo da história da humanidade e, ao que tudo indica, está longe de ser um pensamento deixado para trás. No último dia 26, uma sexta-feira, Mogi Mirim teve um exemplo vivo de intolerância.

Dessa vez, o caso ocorreu por conta de diferenças políticas. Dois dias depois do ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ter sido condenado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, os muros da residência do ex-vereador Ernani Gragnanello, presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) de Mogi Mirim, e da sede do partido foram pichados com mensagens ofensivas.

É inaceitável agredir, seja física, psicológica ou moralmente, uma pessoa por conta de suas escolhas e formas de ver o mundo. A liberdade, maior bem do ser humano, no entanto, vem sendo transgredida de forma constante. Estar ligado a esse ou aquele partido não significa concordar com falcatruas. É a tal da velha generalização, tema abordado nesse espaço recentemente, e que as pessoas teimam em fazer.

A corrupção não é exclusiva de um partido, como bem mostrou a Operação Lava Jato. Aliás, ela pode estar presente em qualquer esfera, pública ou privada, e praticada por qualquer indivíduo. Há pouco tempo, O POPULAR também chamou a atenção sobre como a anúncio da volta das festividades do Carnaval na cidade ganhou uma chuva de ódio na internet. Foram diversos comentários depreciativos e vazios atacando e ferindo a imagem de pessoas.

Uma pesquisa, divulgada pelo site O Globo, em 2016, mostrou que o Brasil cultiva discurso de ódio nas redes sociais. Cerca de 84% das menções sobre temas como racismo, política e homofobia são negativas. O levantamento, realizado pelo projeto Comunica que Muda, iniciativa da agência nova/sb, vasculhou plataformas como Facebook, Twitter e Instagram atrás de mensagens e textos sobre temas sensíveis, como racismo, posicionamento político e homofobia. Foram identificadas 393.284 menções, sendo 84% delas com abordagem negativa, de exposição do preconceito e da discriminação.

Outro dado alarmante: em 2017, 445 lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBTs) foram mortos em crimes motivados por homofobia, segundo estudo do Grupo Gay da Bahia (GGB). O jornal também manifesta solidariedade a Ernani Gragnanello e familiares, na esperança de que os autores por esse ato sejam identificados e responsabilizados. Não se pode tratar a intolerância com normalidade. É preciso debater, denunciar e não baixar a cabeça. Caso contrário, dias piores virão.

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