No último capítulo de suas histórias, o motociclista Ique Mattos aborda momentos marcantes no esporte.
Boteco – Quais você considera suas maiores conquistas?
Ique – Ah, o Paulista de Velocross em 2009, essa foi a maior. Uma etapa eu ganhava, outra era segundo, quinto… Na somatória de pontos, eu fiquei em primeiro. Em 2008, eu ganhei o Campeonato Regional da Panini; Copa Paulista de Sandro Cardoso; em etapa do Brasileiro, fui 7º no Velocross.
Boteco – Você crescia nas decisões?
Ique – Não sei se cresço, mas a maioria eu ganho, então acho que tá bom. Eu perdi também, uma vez só eu perdi na decisão, o restante eu ganhei. Eu queria bastante ter ganhado essa, era 2009, era para fechar com chave de ouro. Eu tinha ganhado o Paulista e o do Sandro Cardoso. E um menor, do Panini, o Regional, tava eu e o Cascata disputando. Eu larguei na frente, ele me passou, eu passei ele. Chegou na última volta, a gente bateu e ele levantou primeiro e acabou ganhando.
Boteco – Qual sua vitória mais saborosa em provas?
Ique – Ah, acho que de Mogi Mirim por estar todo mundo, mas teve outras gostosas. Teve uma em 2002, no meu começo. Foram duas bem bacanas, a ExpoGuaçu, eu tinha sei lá, 16, 15 anos, você ia pra curtir rodeio e a molecada em volta, era turma de bagunça e eu fui pra corrida. Então, tava toda galera, lotado e daí eu ganhei essa corrida. Muita gente conhecida tava lá pra ver o show e acabou vendo a corrida. E eu cheguei em primeiro e em segundo chegou o Marcos Gerbi, um companheiro de equipe meu. Ele tava em primeiro. Na última volta, eu passei ele, passei num pulo ainda, pulamos nós 2 juntos e na hora que caiu, eu caí na frente, passei, então foi uma das ultrapassagens mais bonitas que eu já fiz. E eu tava começando, hoje nem sei quantas vezes já ganhei, mas era uma das primeiras corridas que eu ganhei, ficou bem marcado. Outra que ficou marcada foi dentro de um estádio de futebol em Monte Sião. Depois da corrida, tava todo um palco montado, já com iluminação, era show do Capital Inicial e o campo era a pista de motocross. Na hora que acabasse a corrida, ia abrir os portões para a arquibancada invadir a pista e assistir o show. E arquibancada estava lotada, esperando pro show.
Boteco – Foi o maior público que você correu?
Ique – Acho que sim. E o bacana que foi à noite, iluminação do estádio. Só que a arquibancada era mais escura onde tava a turma assistindo, então, a gente saltava, a hora que a gente tava lá em cima, só via, da arquibancada, flash, era máquina fotográfica, não era celular, 2003, 2004, você via os flashes quando estava lá em cima, foi bem emocionante. Ninguém sabia quem era eu, pessoal não sabe quem são os pilotos, mas você saltava, ouvia os gritos. A hora que acabou, já abriu, parecia um formigueiro aquela pista, todo mundo pra assistir o show. Embora muita gente não foi pra ver o motocross, foi pra ver o show, motocross empolga, você vê as motos saltando, barulho. A turma interagiu. Essas 3 foram as que mais marcaram.
Boteco – Valeu, Ique!