sábado, novembro 23, 2024
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Ique Mattos relata a “louca” aventura do amigo Cabeleira

No terceiro capítulo de seu bate-papo, o motociclista Ique Mattos conta a aventura de Cabeleira, companheiro de equipe que viajou na chuva, com 10 litros de gasolina azul nas costas.

Boteco – Como foi a história da gasolina do Cabeleira?

Ique – O Cabeleira é doido no último, tem um cabelão, tatuagem na cara, doidaço e ex-noivo, até pouco tempo, da Monica Mattos, atriz pornô. Ele optou por andar com gasolina azul, que é uma gasolina de avião, para a moto ter um pouco mais de torque na saída das curvas. Eu já tinha andado com essa gasolina há uns 10 anos e é muito difícil comprar, tem que ir no aeroporto e dá um trabalho do cão. E hoje em dia tem a gasolina podium, que é tão boa quanto a azul, eu avisei: “Não anda com gasolina azul, é muito transtorno, hoje existe a podium”. Mas ele é aquele cara que não adianta você falar que a opinião dele ele não muda. Ele trabalha em uma barbearia famosa lá em São Paulo. E daí ele trabalhou o sábado inteiro, eles fecharam 16h. Como ele demorou lá por causa do bloco de Carnaval, ele saiu já anoitecendo, foi pegar estrada já era umas 18h30 e chovendo. Ele veio com uma CG ano 89, superantiga. E eu achei até meio perigoso ele voltar com uma CG supervelha, fraca, 125, na estrada, à noite, chovendo. “Cabeleira, vai com cuidado, é perigoso pegar estrada com moto, ainda mais chovendo, à noite”. Ele falou: “E o pior que eu tô sem gasolina azul, vou passar no aeroporto e pegar 10 litros”. “Mas Cabeleira, como você vai trazer?”. “Pode ficar tranquilo, vou voltar com o tambor de 10 litros na mochila”. “Cabeleira, pelo amor de Deus, que jeito você vai fazer isso? Viajar de noite, chovendo, com uma moto velha, perigoso quebrar, qualquer coisa, e ainda com um galão de 10 litros nas costas?”. “Não, pode deixar”. Final das contas, ele chegou em Mogi por volta de 21h. “Cabeleira, graças a Deus você chegou bem, puta perigo ficar viajando com um tambor de 10 litros nas costas”. “Não, não tem perigo, eu peguei uma camiseta, deixei bem molhada, vesti e botei a mochila por cima da camiseta porque se qualquer coisa pegar fogo, o fogo não vai em mim porque a camiseta molhada não vai deixar chegar o fogo até minha pele”. “Filho, que fogo? Isso aí é uma bomba atômica, gasolina azul tem uma octanagem de quase 100. Isso daí bater, qualquer coisa, vai explodir você, moto, tudo, camiseta molhada vai adiantar o quê?”. É louco, né? Final das contas, contei a fita pro pessoal, todo mundo falou: “Esse Cabeleira é louco, não é possível”. Bom, beleza. Graças a Deus, deu tudo certo, dia seguinte fomos pra corrida. E daí quando foi do meio pro final, eu fui dar uma volta nele, eu vi a moto dele meio falhando. Acabou a corrida, eu vi ele empurrando a moto. Daí eu tomei a bandeirada, ele já fora da pista: “Cabeleira, o que aconteceu?”. “Uh, rapaz, acabou a gasolina”. “Mas Cabeleira, você voltou com 10 litros, esqueceu de colocar gasolina na moto”. Porque 10 litros dá para ele fazer a corrida tranquilo e sobra muita gasolina. “Você viajou com a gasolina, correu um puta risco e esqueceu de colocar gasolina”. “Não é que eu esqueci, é que na hora eu fiquei na dúvida se dava, não dava, acabei ficando com preguiça de colocar gasolina”. O cara viajou com uma bomba atômica nas costas, chegou na hora da corrida, bicho fica com preguiça de colocar gasolina e não termina a corrida porque acabou o combustível, imagina se é louco ou não o cara que anda comigo.

Cabeleira, à esquerda, ao lado de Ique Mattos, à direita: amizade oriunda do motociclismo (Foto: Arquivo Pessoal)

Boteco – E o que ele fez com a gasolina depois?

Ique – Cada piloto leva seu galão de combustível. Ele voltou embora com o galão cheio e a moto de tanque vazio.

Boteco – Ique volta, no último capítulo de suas histórias, para recordar momentos especiais na carreira.

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