sexta-feira, novembro 22, 2024
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Após tempestade, irmãos são arrastados pela correnteza em pescaria

Na tarde de sábado, uma família passou minutos de tensão imaginando que tivesse perdido dois entes queridos. Douglas de Moraes Vicente, de 20 anos, e seu irmão mais novo, de 10 anos, foram arrastados pela correnteza quando estavam pescando sob a ponte que corta a Avenida Adib Chaib, sob a qual atravessa o Ribeirão Santo Antônio para desembocar no Rio Mogi Mirim.

De acordo com Douglas, por volta de 17h30 começou uma tempestade forte, e ambos permaneceram no local, se abrigando da chuva. Entretanto, o nível do ribeirão subiu repentinamente, sendo que ele ligou para a mãe, Margarete Moraes Pereira, avisando que ambos estavam “ilhados”.

Em seguida, a água subiu ainda mais, sendo que o rapaz segurou o irmão com uma das mãos e com a outra, a bicicleta. “Tentei segurar o máximo que pude, mas não agüentei, soltei a bicicleta e acabamos sendo levados pela correnteza”, conta.

Enquanto eles eram arrastados pela água, a esposa de Douglas chegou ao local, avisada pela sogra, junto com os bombeiros da Brigada de Incêndio de Mogi Mirim. Ao ver apenas a bicicleta do marido sob a ponte, ela se desesperou, e os bombeiros iniciaram a busca pelas vítimas.

Após cerca de 40 minutos, Douglas apareceu no local, mostrando que estava vivo e tranquilizando a mãe e a mulher. “A água levou a gente por uns cem metros, até que eu consegui nadar até a margem e agarrar no mato, saindo do rio e tirando meu irmão”, relatou. Após sair do perigo, ele levou o irmão para casa e foi avisado de que seus familiares e bombeiros procuravam por eles no local, então retornou à ponte.

Quando chegou, recebeu calorosos abraços da mãe e da esposa, ainda chorando por causa da forte emoção, mas aliviadas por tudo não ter passado de um susto.

A equipe de bombeiros que realizou as buscas registrou a ocorrência e resgatou a bicicleta que ficou presa na vegetação que margeia o Ribeirão Santo Antônio.

Todo cuidado é pouco

Nos dias quentes, muita gente procura algum lugar para se refrescar ou pescar, como piscinas, lagos, lagoas e rios. O problema é que se as devidas precauções não forem tomadas, o que deveria ser divertido pode ficar perigoso. Só no mês de novembro, três pessoas foram encontradas mortas por afogamento no Rio Mogi Guaçu.

De acordo com o bombeiro socorrista Alexandre Salzani, um dos principais fatores que acabam levando à imprudência na água é o excesso de confiança. “É muito raro ver pessoas que não sabem nadar morrendo afogadas. Geralmente são pessoas que sabem nadar e dispensam qualquer precaução para entrar na água”, explica. Para quem não sabe nadar, água até o joelho é o nível mais seguro, diz Salzani.

Evitar bebida alcoólica e refeições pesadas antes da atividade na água é outra dica, já que o álcool prejudica os reflexos e a digestão diminui a energia no corpo. Saltos e brincadeiras de afundar também são desaconselhados pelo bombeiro.

Locais onde a água esteja barrenta e não seja possível enxergar o fundo oferecem mais riscos, já que troncos podem estar escondidos da visão e buracos podem alterar a profundidade repentinamente.

Crianças nunca devem ficar desacompanhadas na água e precisam usar bóia ou colete salva-vidas, assim como quem estiver em algum tipo de embarcação. “Vale lembrar que o condutor do barco precisa ser habilitado”, reitera.

Afogamentos

Na manhã do dia 16 de novembro, um sábado, um corpo foi retirado do Rio Mogi Guaçu pela equipe de bombeiros. O cadáver estava perto da ponte sobre a Rodovia SP-340, próximo à empresa International Paper, local onde dias antes outro homem morto não identificado foi localizado.

No início do mês, o vinhedense Paulo Ricardo Valeriano Santos, de 23 anos, morreu afogado no mesmo rio. Ele estava em Mogi Guaçu para visitar a família da namorada e acabou afundando na água, sendo encontrado após 48 horas.

 

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