sábado, novembro 23, 2024
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Irritado, Stupp detona Câmara e compara votos à brincadeira

Após ser criticado pelos vereadores na sessão da Câmara Municipal de segunda-feira e ver o projeto que transferia a responsabilidade pelo despejo de galhos e entulhos para a população, em um Ecoponto, rejeitado por unanimidade, foi a vez do prefeito Gustavo Stupp contra-atacar. E ele bateu forte. Em um café com a imprensa na tarde de quarta-feira, o prefeito se mostrou indignado com a reprovação, atacou os vereadores, disse ter faltado sensibilidade e frisou de forma categórica que a atitude ficará marcada negativamente na história de Mogi Mirim.

A idéia da Prefeitura era proibir o depósito de entulhos em vias, logradouros públicos, praças, jardins, áreas verdes, áreas de preservação ou em terrenos baldios e que o munícipe pudesse destinar até um metro cúbico de material no chamado Ecoponto, localizado à Rua Ariovaldo Silveira Franco, 190, no bairro do Mirante, área do antigo Departamento de Serviços Municipais (DSM).
Stupp afirmou que considera a lei ultrapassada e a proposta era atualizá-la. “Eu acho que foi uma oportunidade perdida que o município poderia avançar no quesito sustentabilidade. A Prefeitura não quer transferir para o cidadão. Na minha opinião, enquanto uma lei permitir que o cidadão possa colocar o sofá dele na calçada será um absurdo. É uma lei retrógrada, arcaica, anti-sustentável. No passado era tolerável, no século que a gente vive hoje não existe mais isso”, disparou.

Falta de transparência das contas públicas da Prefeitura resultou em outra ação contra Gustavo Stupp (Foto: Arquivo)
Argumentos dos vereadores foram rebatidos pelo prefeito (Foto: Arquivo)

Ecoponto
Uma das principais reclamações proferidas não apenas pelos vereadores, mas no meio político nesta semana em relação ao projeto, a existência de apenas um Ecoponto para toda a cidade é justificada pelo prefeito. Segundo ele, o investimento para a elaboração de um espaço específico para a destinação dos resíduos consumiria um alto investimento da Prefeitura, inviável no momento devido à caótica crise financeira.

“Acha que tem que ter 10 Ecopontos? Quanto custa isso? O caixa é um só. Eu tenho que manter a Santa Casa recebendo para pagar os médicos, as UBSs (Unidades Básicas de Saúde), as escolas em ordem. O objetivo é reduzir a produção do que a gente fala de lixo, porque isso tem custo, é dinheiro do contribuinte que está sendo jogado fora que poderia ser investido em uma área que todo mundo dá mais valor, como a Saúde”, argumentou.

Discussão?
Stupp rebate o posicionamento dos vereadores de que teria faltado tempo hábil para a discussão. “Debati com todos os vereadores ao longo do tempo, o projeto está tramitando há meses na Câmara, teve tempo para esse debate”, rebateu.
Mesmo com a reprovação, Stupp disse que manterá a discussão. Uma campanha de conscientização deverá ser elaborada nas próximas semanas. “Apresentamos uma lei que atualiza Mogi Mirim, mas Mogi Mirim através da postura da Câmara, mostrou que está na direção diferente. A tendência mundial da sustentabilidade é para a direita, Mogi Mirim está indo para a esquerda”, alertou.

Brincadeira de 1º de abril
A “cornetagem” aos vereadores não parou por aí. “Como você vota contra a criação de um Ecoponto? O fato que aconteceu segunda-feira entrou para história de Mogi Mirim. Ninguém vai acreditar daqui 30 anos, vão acreditar que foi uma votação de 1º de abril, que foi uma brincadeira”, alfinetou.

Para ele, a votação pode ter tido contexto eleitoral. “Época de eleição todo mundo quer fazer média. O planeta é mais importante do que preocupação eleitoral de cada um, isso é muito pequeno. R$ 1,8 milhão poderia montar um Ecoponto para dar exemplo para todo o Brasil”, opinou.

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