O atleta mogimiriano Ivan Albano fez parte da equipe brasileira que conquistou, pela primeira vez, o primeiro lugar na classe de revezamento com quatro participantes da Race Across America, considerada a prova de ciclismo mais difícil do mundo, com um percurso de 5 mil quilômetros, cruzando os Estados Unidos de oeste a leste. Ao lado dos ciclistas Cleyton Souza, Bernardo Kochen e José Graça, Ivan Albano levou o prêmio na categoria masculina abaixo de 50 anos.
“Feliz demais! Obrigado pelo carinho e torcida de todos”, agradeceu Ivan nas redes sociais. Com um percurso de 4.887 quilômetros, a RAAM é uma das mais clássicas corridas de longa distância do universo do ciclismo. Com 38 anos de existência, a atual edição cruzou 12 estados, com início em Oceanside, Califórnia (costa oeste dos EUA), e chegada em Annapolis, Maryland, costa leste dos EUA.
A competição é aberta tanto a amadores como profissionais e é dividida em solo, equipes de duas, quatro e oito pessoas. Sem dias de descanso, o limite para completar a corrida é de 12 dias tanto para o individual quanto para as equipes. A equipe brasileira iniciou a corrida no dia 18 e concluiu na sexta, 24, chegando à frente da Alemanha, Itália e Estados Unidos e ainda quebrou o recorde de tempo.
Ivan Albano esteve entre os vencedores na categoria masculina de quatro participantes com menos de 50 anos. E totalizou mais de 145 horas de prova, com uma média de 34km/h de pedaladas, em uma rota repleta de diferentes paisagens desafiadoras como desertos e montanhas, com início no oceano Pacífico e chegada no oceano Atlântico.
Em entrevista a O POPULAR, Ivan comentou que, desde a sua chegada à Califórnia, deixou bem claro em uma das reuniões com os outros três atletas que iria fazer o seu melhor e fazer história numa prova tão desafiadora e dura como o RAAM. “Traçamos a estratégia e contamos com o apoio de carros e staff para cada atleta que nos ajudaram. Ali foi minha casa por seis dias, onde dormi um total de, no máximo, cinco horas”, apontou.
O atleta relatou algumas das dificuldades enfrentadas nos seis dias do RAAM. “No primeiro dia de prova cruzamos o deserto com um forte calor. Virei a madrugada revezando com um outro atleta, porém tive que manter um pouco mais para cobrir um atleta que estava passando mal do estômago. Tive algumas dúvidas se eu ia conseguir terminar, já que você se programa para fazer algo e isso vai mudando muito rápido”, comentou.
“Chegamos no ponto mais alto da prova que foi no Colorado com quase 5 mil metros de altitude, escalei algumas montanhas com muita determinação e garra, senti bastante frio no meio da madrugada, mas nada que conseguisse parar meu objetivo. Caímos nas planícies do estado do Kansas, onde consegui pedalar muito forte”, acrescentou.
O maior drama da prova, segundo Ivan, aconteceu no estado de West Virgínia. “Ali, com as cadeias de montanhas Apalaches, considerada a parte mais difícil da prova e com um atleta impossibilitado de pedalar, tive que escalar algumas montanhas inteiras e passando muito frio nas descidas. Ter completado até hoje 29 Ironmans e 6 Ultramans, posso afirmar que esse foi o desafio mais difícil da minha vida, devido às dificuldades climáticas, poucas horas de sono, pouco descanso, alimentação incorreta”, ressaltou.
“Enfim, estou muito feliz e realizado com essa histórica conquista pessoal e para o Brasil. Para quem quiser saber um pouquinho mais dessa mega conquista se atentem com minhas palestras que estão por vir. Valeu equipe, foi difícil, às vezes quase que impossível, porém, desde a minha primeira pedalada, tinha certeza que iríamos fazer história. Esse título é nosso e ninguém tira. Avante rumo aos novos objetivos”, comemorou.
Para competir no RAAM Ivan teve muita ajuda. “Essa prova tem um custo financeiro muito alto e com uma logística muito complicada. Contei com o apoio fundamental aqui da cidade (de Mogi Mirim) da Marangoni.Meiser, Elfen, Tradibom, Oral Design, Ótica Líder, Ricardo Rossi e Thiago Toledo, além de muitos amigos que compraram uma rifa de uma câmera GO PRO”, disse.