Foram dois anos de explicações, lamentações, críticas, discursos clichês e repetitivos sobre problemas financeiros, jurídicos e administrativos, em todas as esferas do Poder Público, a ponto de o prefeito Carlos Nelson Bueno, em determinado momento de sua terceira gestão como prefeito de Mogi Mirim, colocar em dúvida se teria forças para terminar o mandato, em dezembro de 2020. Pelo caminho, pérolas difíceis de se esquecer, como quando disse que a cidade necessitava de prendas, no caso, dinheiro seja do Estado, do governo federal ou da iniciativa privada para sobreviver.
O pessimismo do prefeito, visto em quase dois anos de gestão, parece, aos poucos, ser deixado de lado, e um discurso, mais positivo deverá ser a tônica daqui para frente. Claro, acompanhado de ações. E, são essas ações que o mogimiriano aguarda de forma efusiva. Conforme matéria publicada nesta edição (Cidade A3), o prefeito admite que o governo será o mesmo, mas “imensamente melhor”.
O otimismo pode se justificar com base no superávit financeiro obtido no fechamento das contas públicas em 2018, o contrato de financiamento com a Caixa Econômica Federal para obras de reestruturação do Parque das Laranjeiras, na zona Leste, um dos grandes trampolins eleitorais de CNB de olho em sua reeleição (sim, Carlos Nelson tem tudo para ser candidato mais uma vez), investimentos na iluminação pública e no recapeamento de ruas, a vinda de empresas de grande porte como a Havan, além de melhorias pontuais pela cidade, ainda guardadas a sete chaves pela Prefeitura.
De fato, passou da hora de a lamentação dar lugar à esperança e a concretização por dias melhores em Mogi. Se as contas públicas parecem entrar no eixo, como o próprio prefeito disse em dezembro, sem dever nada a ninguém, a cobrança por investimentos e avanços na estrutura do município se torna obrigatória.
Se o momento prega olhar para o futuro, outra colocação de Carlos Nelson, chegou a hora da cobrança, sobretudo pela eficiência e profissionalismo de um governo cuja boa parte de sua equipe é reconhecidamente competente.
Bairros estão esquecidos, o lixo se acumula por ruas e avenidas com frequência devido a problemas com a Construrban, o mato ainda se faz alto em boa parte da cidade, ruas continuam esburacadas, Unidades Básicas de Saúde (UBSs) carecem de estrutura adequada, as opções de lazer são limitadas, a indústria está estagnada e a geração de empregos é vista de binóculo. Sem falar em tantas outras necessidades acumuladas pelos quatro cantos de Mogi. Há muito que se fazer.
Se Carlos Nelson realmente quer dar continuidade e criar um legado para a cidade ou, ao menos, terminar seu mandato de maneira honrosa (e tem tudo para fazê-lo), o momento é esse. O jogo é jogado e não só falado.