sábado, novembro 23, 2024
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Janeiro Roxo: Vamos combater a Hanseníase!

Por Marcel Alex Soares dos Santos
@drmarceldermatologista

O Dia Mundial de Combate e Prevenção da Hanseníase é celebrado sempre no último domingo do mês de janeiro. Neste ano, a data cai no dia 30 e o tema da campanha é “Precisamos falar sobre hanseníase”. A data é símbolo do Janeiro Roxo e visa chamar a atenção das pessoas para a doença, que tem tratamento e cura. O preconceito ainda é um dos grandes desafios no combate à doença.

De acordo com a SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia), cerca de 30 mil novos casos da doença são detectados todos os anos no Brasil. No mundo, cerca de 210 mil novos casos são reportados anualmente, dos quais, 15 mil são de crianças. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a hanseníase é encontrada em 127 países, com 80% dos casos na Índia, Brasil e Indonésia (dados de 2018). O Brasil é o segundo país do mundo com mais casos novos, por isso a importância de se falar sobre ela.

A hanseníase é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium Leprae, também conhecida como bacilo de Hansen. Ele se reproduz lentamente e o período médio de incubação e aparecimento dos sinais da doença no homem é de aproximadamente de dois a sete anos.

Apesar de carregar grande estigma e preconceito com os acometidos pela doença, a transmissão da hanseníase demanda contato íntimo e prolongado com os doentes que eliminam os bacilos pelas vias aéreas superiores. Geralmente, a transmissão se dá entre pessoas que moram no mesmo domicílio e tem grande tempo de convívio juntos. A maioria da população tem defesas naturais contra a bactéria, mas cerca de 10% da população não têm esses mecanismos de proteção e podem adoecer.

Os sintomas iniciais são manchas mais claras que a pele ou avermelhadas, com alteração da sensibilidade na área afetada. Também pode acontecer fraqueza muscular e sensação de formigamento. Com o tempo podem surgir nódulos pelo corpo. Quando os casos não são tratados no início dos sinais, a doença pode causar sequelas progressivas e permanentes, incluindo deformidades e mutilações, redução da mobilidade dos membros e até cegueira.

O tratamento é feito com antibióticos por 6 a 12 meses, dependendo da gravidade e tipo de doença. Logo que o tratamento é iniciado a doença deixa de ser transmissível, por isso é importante diagnosticá-la logo no início dos sinais. Se você tem alguma manifestação suspeita ou já teve contato com algum portador de hanseníase, agende uma consulta com o seu dermatologista.

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