sexta-feira, setembro 20, 2024
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Jarbas Caroni reaparece, se defende e, agora, também acusa

Uma representação no Ministério Público (MP) na quarta-feira pelo ex-secretário de Políticas Sociais, Cidadania e Direitos da Mulher, Jarbas Caroni, pede que a Promotoria investigue eventuais crimes de falsidade ideológica, formação de quadrilha, prevaricação e improbidade administrativa, cometidos pelas funcionárias que o denunciaram por extorsão, além do secretário de Governo, Jonas Alves Araújo Filho, o Joninhas, e o prefeito Gustavo Stupp.

O documento, ao qual O POPULAR teve acesso, refuta a declaração das servidoras Gabriela Galhardoni Moreira, Valana Patrícia Alves Pereira e Luciana Rocha Mendes Peres de que eram obrigadas a assinar a folha ponto antecipadamente, entregando cópias das folhas ponto originais, autenticadas em cartório no dia 30 de julho, com a data seguinte já preenchida. O requerente chama atenção ainda para a existência de um “sincronismo britânico”, se referindo ao horário de chegada e de saída de cada uma delas.
O preenchimento irregular dos documentos foi descoberto após a assessora de Jarbas descobrir as folhas totalmente preenchidas em uma gaveta, no dia 22 de julho. Nas próprias folhas, a funcionária e o então secretário formalizaram as irregularidades, com pedido de providências. Posteriormente, as três funcionárias fizeram outro documento, alegando que as originais haviam ficado sob poder do ex-secretário. Em nenhuma delas havia a assinatura de Jarbas. As folhas que visavam substituir as originais justificavam a exoneração do então secretário para não constar sua assinatura. Na versão de Jarbas, o intuito seria “camuflar o crime anteriormente acometido por elas”. As folhas originais foram protocoladas junto à Prefeitura no pedido de apuração administrativa.
Antes que as irregularidades fossem descobertas, em 8 de julho, a gerente Gabriela enviou mensagem ao celular de Jarbas perguntando se ele voltaria para a secretaria para assinar as folhas. Segundo consta na representação, o ex-secretário ligou para a servidora questionando o motivo para assinar o documento, faltando mais de 20 dias para o encerramento do mês e a advertiu, dizendo que se as folhas estivessem preenchidas, iria tomar providências.

Preenchimento facilitava condutas criminosas
De acordo com a defesa do ex-secretário, o preenchimento antecipado das folhas ponto facilitava outras condutas criminosas. Gabriela Galhardoni, por exemplo, teria se ausentado durante 10 dias em maio, alegando estar com virose, mas na verdade estava em Nova York, nos Estados Unidos, conforme postagens feitas através do Facebook. A funcionária recebeu o salário integralmente neste mês.
O caso foi exposto por Valana, em uma reunião para tratar dos horários de entrada e saída das servidoras. Nervosa, a funcionária teria revelado ainda que, “quando o ex-secretário saia de viagem a serviço, Gabriela aproveitava da situação para faltar do serviço e ia tirar fotos de campanha publicitária”, mas que nada acontecia a ela, pois era protegida do prefeito.
Jarbas, em sua representação, questiona quem teria pagado a sua viagem, já que ela, além de ter aceitado o emprego por estar com dificuldades financeiras à época, disse estar recebendo somente parte de seu salário, já que a metade seria exigida pelo ex-secretário.
Gabriela é acusada ainda de utilizar das ferramentas de trabalho do Poder Público para vender roupas da empresa da qual ela é representante, postando fotos em redes sociais durante o expediente.

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Defesa aponta omissão de secretários e prefeito

Jarbas alega que marcou uma reunião com o secretário de Governo, Joninhas, no dia 24 de julho para relatar os fatos, mas teria sido totalmente ignorado. Durante a conversa, após revelar que oficiaria o prefeito, os dois teriam discutido, porém, horas mais tarde, Joninhas teria pedido desculpas e dito que marcaria uma reunião com Stupp para tratar da situação.
No dia 29, nenhuma providência tinha sido tomada e, por isso, procurou novamente o secretário de Governo. “Jonas se mostrou muito irritado e disse ao ex-secretário Jarbas que ele não era parceiro, que só arrumava confusão, que era para ter paciência e esperar o prefeito voltar de viagem para resolver a situação”, revela o documento.
No último dia do mês, Jarbas diz que foi até a Secretaria de Negócios Jurídicos para discutir uma possível sindicância, mas não foi atendido pelo secretário Fabiano Urbano. O ex-secretário tentou novamente uma reunião com Jonas e com Fabiano, em vão.
No dia 4 de agosto, ao chegar ao trabalho, encontrou a secretaria trancada com um guarda municipal impedindo a sua entrada. Jonas foi novamente procurado, e segundo o documento enviado ao MP, este teria ironizado pedindo que Jarbas “aguardasse os acontecimentos em sua casa, que o prefeito iria atender o pedido de exoneração” que o ex-secretário tinha feito anteriormente.

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