A precariedade no serviço de limpeza pública em Mogi Mirim, problema latente em diversas regiões da cidade e setor com carência de profissionais no quadro da Prefeitura, não é exclusividade de periferias e áreas de menor fluxo de pessoas. Bairro com infraestrutura privilegiada, o Jardim Patrícia, localizado na zona Leste da cidade, pouco acima da sede da Faculdade de Tecnologia (Fatec) Arthur de Azevedo, não passa ileso à falta de manutenção pública. O POPULAR esteve no local e pôde conferir de perto que, embora aparente conservação, em determinadas regiões, a limpeza a cargo do Poder Público deixa a desejar.
Uma área verde próxima a uma praça pública do bairro, à Rua Antonio Damasco da Silva, o mato, de tão alto, invade até a rua. Existe sujeira por todos os lados, com entulho e materiais de difícil decomposição, prejudicando o meio ambiente, além de muito lixo. É possível notar sacolas plásticas, pedaços de isopor, garrafas pet, cartazes de propaganda de supermercados, restos de materiais de construção e até tênis velhos.
Galhos de árvores também estão pela área. Para piorar, não é difícil presenciar munícipes que vão até o local despejar entulho ou lixo. “Aqui se tornou um bairro abandonado”, desabafou Orival Fachinitti, morador do bairro há mais de dez anos.
Para se ter uma ideia, os próprios moradores da região costumam fazer uma vaquinha e pagar horas de trabalho para um profissional que, ao menos, tenta amenizar o sujo cenário no Jardim Patrícia.
Cobras
O coro é endossado por João Alfredo Arantes Vasconcelos, o João Banana. Indignado com a situação, ele relata também que é comum bichos peçonhentos, como escorpiões e até cobras, aparecerem nas residências.
Banana conta que, há cerca de dois meses, no quintal de sua casa, sentiu um incômodo no pé e, quando percebeu, a cobra estava ali. Foi o próprio morador que retirou a cobra da área de sua casa. Em outras ocasiões pelo bairro, a Brigada de Incêndio precisou ser acionada para a retirada de cobras.
“Cadê as autoridades que não passam no nosso bairro para uma limpeza nesse matagal”, questionou. “Estão esperando um óbito para tomarem providências?”, completou Banana, em claro tom de descontentamento.
Orival, que cuida do neto pequeno, não esconde a preocupação com o aparecimento das cobras. “Preocupa muito, ele fica em casa no período da tarde, então não posso descuidar de jeito nenhum. Se, de repente, aparece alguma cobra, como que faz”, indagou, sem esconder a insatisfação.
Procurada para dar explicações a respeito da falta de limpeza e sobre o aparecimentos de cobras no bairro, a Prefeitura não respondeu os questionamentos até o fechamento desta edição.
