terça-feira, abril 22, 2025
INICIAL☆ Destaque EsporteJoão Banana providencia ambulância e evita W.O. do Mogi Mirim na despedida

João Banana providencia ambulância e evita W.O. do Mogi Mirim na despedida

O Mogi Mirim correu o risco de perder por W.O. o único jogo vencido na Série D do Campeonato Brasileiro, em que derrotou o Prudentópolis por 2 a 1, no Estádio Major Levy Sobrinho, em Limeira, pela última rodada, em 27 de maio.

O jogo quase não ocorreu por falta de uma ambulância, não providenciada pelos gestores de futebol do clube, Márcio Granada e Alessandro Álvares da Silva, o Botijão, que sequer apareceram no estádio. Coube ao empresário de jogadores João Alfredo Vasconcelos, o João Banana, amigo e também empresário do técnico Carlos Júnior, atuar de forma emergencial para providenciar a ambulância, conseguida a poucas horas do jogo. A revelação foi feita pelo treinador. “Quem arrumou a ambulância foi o João Banana com as amizades dele, claro que o Luiz (presidente do Mogi Mirim) arrumou o dinheiro para pagar a ambulância, mas quem arrumou foi o João”, comentou o técnico.

Questionado por O Popular, Banana revela que, até por volta de 15h30, parte da comissão técnica aguardava para viajar a Limeira, pois, sem ambulância, não haveria jogo. “A gente nem ia mais. Como foi em um micro-ônibus (o elenco), toda a roupa do time foi no meu carro. Foram no meu carro o Carlos Júnior, o Rodrigo preparador físico e o roupeiro. Quase nem fomos porque não tinha ajeitado a ambulância. A hora que eu fechei, nós fomos”, contou.
Banana, que é técnico da Tucurense na Copa de Futebol Veterano, contou ter sido informado sobre o problema por volta de 12h, após o presidente do clube, Luiz Oliveira, ter acionado Carlos Júnior, pela manhã. “Iria tomar W.O., o presidente ligou desesperado para o Carlos Júnior. Acabou o jogo da Tucurense, Carlos Júnior veio dizendo que Luiz precisava falar comigo, disse para ele me ligar. Não deu um segundo, me ligou, desesperado”, revelou Banana.

João Banana estava no campo de futebol do Mirante quando lhe pediram socorro. (Foto: Arquivo)

“Como o presidente sabe que eu tenho conhecimento em quase todas as cidades, mandou me acionar. Eu fui acionando um, outro, até um amigo meu do Esporte de Limeira. Aí lembramos de um que tem uma equipe médica.

Arrumamos uma equipe completa, médico, socorrista, enfermeira, UTI Móvel”, explicou.
Banana contou que o valor da equipe seria R$ 3 mil, mas conseguiu um desconto de 50%. “O Carlos Júnior ia receber um depósito do Luiz e pagaria lá no estádio, deu tudo certo. Economizaram R$ 1,5 mil. Nem muito obrigado recebi”, declarou.

Ambulância foi conseguida a tempo para a realização de jogo em Limeira, na única vitória do Mogi. (Foto: Arquivo)

W.O.

Pelo Regulamento Geral de Competições da CBF, a ausência de ambulância é um dos motivos para uma partida ser suspensa, seguindo o artigo 19. O artigo 21 diz que as partidas não iniciadas serão completadas no dia seguinte, desde que nenhum clube tenha dado causa à suspensão. Pelo artigo 20, o clube que dá causa é declarado perdedor por 3 a 0. Na Copa Verde 2018, houve atraso da ambulância e a chegada de outra, depois, sem o desfibrilador, o que quase fez o Sparta-TO perder por W.O. para o Real Ariqueimes-TO. Outro desfibrilador foi conseguido, mas estava sem bateria e demoraria mais tempo para carregar. O W.O. chegou a ser anunciado, mas a arbitragem, com orientação da CBF, mudou a decisão no vestiário e adiou o jogo após exlicações do Sparta. O clube mostrou documentos de pedido de ambulância a órgãos de saúde de Araguaína-TO, local da partida. Foi alegado ainda que a primeira ambulância, com o desfibrilador, havia quebrado no meio do caminho. Desta forma, o clube se salvou do W.O., pois não foi considerado responsável pela suspensão do jogo.

“Não fez mais do que a obrigação”, diz Granada

Questionado pela reportagem de O POPULAR sobre a ambulância ter sido providenciada pelo empresário João Alfredo Vasconcelos, o João Banana, o gestor de futebol do Mogi Mirim na Série D do Campeonato Brasileiro, Márcio Granada, reagiu de forma provocativa. “Se o Banana pagou a ambulância, não fez mais que a obrigação, já que colocou alguns jogadores para treinar e jogar no Mogi sem me consultar. O treinador morava na casa dele”, colocou.

A colocação de jogadores no clube sem comunicar Granada é desmentida por Banana, que, embora tenha providenciado, não foi o responsável pelo pagamento da ambulância (leia matéria nesta página). Segundo conta, em uma reunião com Carlos Júnior, Granada pediu seu apoio e Banana aceitou que o treinador ficasse hospedado em sua casa sem custos e colocaria de três a quatro jogadores de Mogi Mirim para treinar e serem inscritos no Campeonato Brasileiro da Série D. “Como que coloquei sem comunicá-lo? Eles treinaram, sim, Diego Gaúcho, Samuelzinho e Marquinho, mas para variar, não cumpriram com a palavra deles, não inscreveram os três e não pagaram os 2 meses e meio de aluguel”, apontou Banana.

Márcio Granada disse que João Banana colocou atletas no Mogi Mirim sem consultá-lo. (Foto: SilveiraJr.)

O meia Samuel defende a Santa Cruz no Campeonato Amador e o meia-atacante Marquinho jogou pelo Jardim Europa no ano passado. O zagueiro Diego Gaúcho já atuou profissionalmente pelo Mogi Mirim e no futebol de Portugal e Romênia.

Mercado

Além de ter providenciado a ambulância, Banana ainda disse ter ido a um supermercado para comprar frutas, lanches, sucos e água para a equipe de arbitragem. “Eu e Carlos Júnior que estávamos fazendo tudo, até água e Gatorade, dei para jogos”, contou, revelando, ainda, que depois do jogo levou os jogadores para a uma pizzaria e dividiu a conta de todo o elenco com o treinador. “Os jogadores não teriam o que comer”, observou.

Unimed avisou que não podia atender e deu dicas

A correria para providenciar a ambulância para o último jogo do Mogi Mirim no Campeonato Brasileiro da Série D é mais um dos fatores a demonstrar a desorganização na gestão do clube. Parceira do Mogi Mirim na cessão de ambulância para os jogos realizados no Estádio Vail Chaves, a Unimed Regional da Baixa Mogiana comunicou, com antecedência, o clube sobre a impossibilidade de garantir o veículo para a partida realizada no Estádio Major Levy Sobrinho, em Limeira. Além disso, chegou a indicar opções para o clube contratar o serviço de forma particular.

Como ocorre em todos os jogos em que o clube é mandante, foi feito o pedido à Unimed, desta vez com a resposta negativa em função da localização distante do estádio, a aproximadamente 50 quilômetros de Mogi Mirim. Os jogos não são realizados no Vail Chaves porque o clube não conseguiu reverter a interdição do estádio.

O presidente da Unimed Regional da Baixa Mogiana, Raji Rezek Ajub, explica que a parceria prevê a cessão gratuita da ambulância para os jogos em Mogi e, em função da proximidade, foi feita uma concessão para abranger também as partidas em Itapira, onde o Sapo mandou seus jogos do Campeonato Paulista da Série A-3. Eventualmente, também poderia ser concedida ambulância para jogos em Águas de Lindóia.

Já em Limeira, a cessão se tornou inviável em função do tempo em que a ambulância ficaria indisponível para a Unimed, pois, além do período da partida, é necessária a chegada ao estádio duas horas antes do jogo.

Contabilizando ainda a viagem de ida e volta, totalizaria algo em torno de seis horas. “Não tinha condições de atender”, explicou Raji, revelando ter, na resposta, orientado sobre outras opções que poderiam disponibilizar o serviço.

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