O Natal é tempo de esperança, no íntimo de cada um está o sentimento mais puro, em cada coração há um desejo de felicidade e alegria.
Independente da religião, o importante é acreditar no verdadeiro espírito do Natal, na solidariedade das pessoas, ignorando as diferenças.
Para marcar essa edição mais que especial de O POPULAR, segue parte da história de uma pessoa também especial, especial por suas necessidades e mais ainda especial pelo fato de existir e fazer parte da vida de muitas pessoas.
Estamos falando do Joãozinho, como é chamado pelos mais íntimos, e para ele não é diferente o desejo de ser o bom velhinho, agradar as crianças com a entrega de balas e ver o sorriso no rostinho deles, por estarem perto do Papai Noel. É sua missão e faz parte do seu legado de todo fim de ano.
João Ademir Vischi tem 57 anos e é portador de síndrome de Down. Desde quando perdeu sua mãe, há 10 anos, ele é cuidado e muito amado por seus irmãos e sobrinhos.
Quando mais jovem, João morou por muitos anos no bairro da Santa Cruz bem próximo da igreja. Muito sábio e dono de uma “sapequice” só dele, sempre leva risos e artes por onde passa. Chegou a ser engraxate por anos. Junto de seu caixote engraxava os sapatos dos conhecidos pelas ruas do bairro e assim ganhava uns trocados que tanto estimava em ter em sua carteira. Hoje mais velho é mais sossegado.
Depois que sua mãe partiu os irmãos de João passaram a ser responsáveis e a cuidar dele. Uma de suas irmãs, com quem João vive, é costureira e mora próximo ao supermercado Magui, onde João é conhecido por todos ali.
E foi aí que João conseguiu realizar seu desejo de ser o bom velhinho nessa época do ano. Ele veste o personagem há 10 anos e exerce a nobre função com categoria. Com ajuda da irmã, João se caracteriza de Papai Noel com estilo, e, claro, ainda coloca em prática sua performance. Iniciou os trabalhos recebendo os clientes da Peixaria Santa Cruz, que era localizada na esquina ao lado do supermercado, onde também foi muito querido e estimado pela dona e amiga da família. Depois de alguns anos os amigos proprietários do Magui fizeram questão de todo ano arrumar a entrada do comércio para o Papai Noel recepcionar os clientes que passam por ali nesta época do ano.
Com direito a saco de balas, sininho na mão e esbanjando simpatia, o bom velhinho agrada as crianças e também os adultos que ficam ainda mais surpresos e encantados quando percebem que o Papai Noel do Magui é o querido João. (Da Redação)