De volta ao Boteco, o ex-atacante João Paulo aborda curiosidades relacionadas à experiência no futebol italiano e fala da frustração por não ter sido convocado para a Copa do Mundo de 1990.
Boteco – Muitas curiosidades na época de Bari, da Itália?
João Paulo – Bari teve uma passagem maravilhosa, cinco anos, onde se eu for até lá até hoje, sou muito reconhecido, lá os caras valorizam muito mais do que no Brasil, então Bari ficou uma parte muito grande no meu coração.
Boteco – Aqui no Brasil você não é tão reconhecido pelos torcedores?
João Paulo – Não, aqui eu sou, mas lá eu sou muito mais, lá a cidade de Bari, se eu for hoje lá, descer, vou ser tratado muito bem. Aqui também, lógico, eu ando aí, lógico que todo mundo reconhece, mas lá é muito mais.
Boteco – Qual seu jogo inesquecível pelo Bari?
João Paulo – Bari e Milan. Nós precisávamos ganhar para não cair, era o penúltimo jogo do campeonato, eu fiz os dois gols, ganhamos de 2 a 1 daquele poderoso Milan da época.
Boteco – Qual você considera o marcador que mais te impunha dificuldade, tanto no Brasil como na Itália?
João Paulo – Vários, vários laterais, Zé Teodoro, aquele Diogo que jogou no Palmeiras, o próprio Nelinho quando eu estava parando. Na Europa teve o Baresi, beque da seleção italiana, que foi um grande marcador.
Boteco – Em 1990, você não foi convocado pelo Lazaroni. Hoje você sente não ter participado daquela Copa de 90, quando você vivia um grande momento?
João Paulo – Sim, foi uma coisa que o Lazaroni tirou de mim, né? De mim, do Neto, somos os dois jogadores que estávamos bem, o Neto aqui no Brasil, eu na Itália, e ele não levou. Infelizmente, né, que a gente só tem a lamentar.
Boteco – O Evair, quando perguntado com quem formou a melhor dupla de ataque, costuma falar de você. Você também considera que seu melhor parceiro foi o Evair?
João Paulo – Foi, foi. O Evair, a bola chegava e ele fazia, né? Eu levava no fundo, ele sempre… posicionamento, né? Posicionamento de área excelente, foi uma grande dupla eu e ele, em três, quatro anos de Guarani.
Boteco – Ele até mudou um pouco o estilo ao longo dos anos, passou a fazer mais o pivô, a parte técnica mais apurada, até quando fez dupla com Edmundo, acabava servindo o Edmundo, no Vasco. Você também chegou a mudar seu estilo ao longo da carreira?
João Paulo – Mudei, fui pra Europa… Pra Itália, mudou totalmente o estilo. Aí fica com um só na frente e eu que ficava sozinho, não tinha um pivô, vinha tudo de trás, e só eu jogava na frente, eu tive que mudar, me adaptar ao esquema europeu.
Boteco – Valeu, João Paulo!