O jovem Douglas Marques de Oliveira, de 24 anos, cometeu uma sequência de crimes ontem à tarde e depois se matou. Dentre os crimes por ele praticados, em questão de horas, estão ameaça, constrangimento ilegal e tentativa de homicídio. Tudo indica que ele estava perturbado com o fim de um relacionamento amoroso e tenha tirado a própria vida por não se conformar com o rompimento.
A história da morte de Douglas Marques de Oliveira começa às 12h30 de ontem quando, armado com um revólver calibre 32, ele rendeu dois desconhecidos em frente ao prédio do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae). “Eu estava com meu filho. Tínhamos ido ao Saae pagar uma conta e fomos surpreendidos por este rapaz que nos ameaçou com o revólver e ordenou que o levássemos até uma casa no bairro do Mirante”, contou a senhora que ficou refém de Oliveira.
Mãe e filho fizeram exatamente o que Oliveira ordenou, sem questionar. Porém, o jovem que parecia estar alterado, fez inúmeras ameaças durante o trajeto até a casa de uma ex-namorada dele, de apenas 15 anos de idade. “Ele falava que pretendia se matar e que se nós não o ajudasse, nos mataria também”, ressaltou a mulher vítima do jovem.
Fotos: Tatyana Montera Polettini
Quando chegou em frente a casa da ex-namorada, Oliveira fez a mulher refém descer do carro e jogar, pela fresta do portão, o celular dele. Ele queria que a ex-namorada assistisse um vídeo gravado por ele. No entanto, a adolescente não estava em casa e a irmã dela, percebendo a situação, acionou a polícia.
Minutos depois, Douglas Marques de Oliveira saiu com seus reféns – mãe e filho – de carro e ordenou que eles os deixassem nas proximidades do campo do Mirante. Ele liberou mãe e filho, mas iniciou nova série de crimes naquele espaço público.
Funcionários que prestam serviço de roçagem para a Prefeitura e estavam no campo do Mirante foram ameaçados com a arma que Oliveira portava. “Ele ordenou que todos nós saíssemos dali imediatamente. Do contrário, nos mataria”, contou um funcionário da limpeza pública que preferiu não se identificar.
Depois de afastar os funcionários, Oliveira tentou fazer três ligações para seu próprio celular, no intuito de falar com a ex-namorada. Mas, ele não conseguiu.
Frustrado, o jovem tentou sair do campo do Mirante por um portão existente em um barranco próximo à arquibancada. Mas, os guardas municipais estavam chegando e, imediatamente, iniciou-se uma troca de tiros. “Ele veio em nossa direção com a arma em punho e efetuou um disparo. Nós revidamos, mas ele se escondeu entre a arquibancada. Foi quando ouvimos o segundo disparo e percebemos que Oliveira estava ferido”, contaram os guardas William e Chiquinho, envolvidos na ocorrência.
No local, os guardas não conseguiram identificar onde Oliveira tinha sido baleado. “Ele estava muito sujo de sangue. Apenas chamamos o resgate que o levou até a Santa Casa”, comentou um dos guardas.
Mas, não foi possível salvar a vida de Oliveira. Na própria Santa Casa, a equipe médica constatou o óbito e identificou que ele foi vítima de suicídio. “O jovem atirou com sua própria arma – um revólver calibre 32 – no queixo, de baixo para cima. A perícia já analisou o corpo e constatou que a perfuração no corpo dele é semelhante ao calibre da arma que ele mesmo portava”, salientou o delegado Paulo Agostinete.
O delegado informou ainda que exames residuográficos foram feitos nas mãos e no pescoço de Oliveira e ainda nas mãos dos guardas envolvidos na ocorrência. O exame é feito pela perícia a fim de constatar resíduos de pólvora nas mãos de quem, eventualmente, tenha atirado em uma ocorrência envolvendo arma de fogo.
Outro crime
O caso da morte de Douglas Marques de Oliveira foi registrado na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). Isso porque, já havia um Boletim de Ocorrência registrado contra ele naquela delegacia especializada. O BO seria referente ao crime de estupro e teria sido registrado na semana passada pela ex-namorada dele, de apenas 15 anos, e pela família dela.
Segundo informações da delegada Raquel Casali, há uma semana, Oliveira teria entrado na casa da ex sem autorização, obrigando-a a manter relação sexual com ele. Um inquérito sobre este caso estava em andamento e, se comprovado o estupro, Oliveira responderia também por este crime.