sábado, novembro 23, 2024
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Justiça proíbe menores em jogo do Mogi Mirim por questão de segurança

Um episódio registrado fora do Estádio Romildo Ferreira gerou revolta. Menores de 18 anos foram proibidos de entrar, o que levou parentes que os acompanhavam a ir embora. Aproximadamente 150 torcedores, incluindo visitantes deixaram de entrar.

A proibição enquanto o clube não providenciar requisitos relacionados à segurança partiu do juiz da 3ª Vara Cível da cidade, Fábio Fazuoli, na sexta-feira, em decisão referente a pedido de alvará para acesso a crianças e adolescentes aos jogos do Paulistão. O juiz considerou que o Mogi não seguiu uma série de exigências para demonstrar a plena segurança dos menores. Entre as exigências estão documentações com informações referentes ao funcionamento da segurança. Houve a tentativa do Departamento Jurídico do clube reverter a situação, mas sem sucesso.

Uma nota no site oficial do Mogi garante que no domingo outras medidas foram tomadas, com um Termo de Responsabilidade aprovado pelo Conselho Tutelar, mas vetado pela Polícia Militar. O Conselho nega ter aprovado o termo.

Revolta

Um dos torcedores indignados foi Vagner Lanza Martins, que estava com o filho de cinco anos, Vinícius Moreira Lanza Martins. Vagner conta ter havido uma informação de que seria necessária preencher uma autorização dos pais, fornecida na hora. Vagner e outros pais preencheram, mas mesmo assim houve o impedimento. Grupos de jovens que estavam sem os pais foram embora. Outros aguardaram uma definição até o fim do primeiro tempo, mas não houve sucesso. “Não deram satisfação nenhuma, a gente fica revoltado”, reclamou Vagner.

Vagner e o filho Vinícius: proibição, mesmo com autorização. (Foto: Reprodução)
Vagner e o filho Vinícius: proibição, mesmo com autorização. (Foto: Reprodução)

O tenente Luis Gustavo Aparecido Tuckumantel, da Polícia Militar, explicou que foi cumprida a ordem judicial, pois o juiz foi claro ao não permitir exceções, independente de autorização de pais. “A ordem foi expressa”, resumiu Tuckumantel.

Diante do impedimento, Vagner e outros torcedores receberam o dinheiro do ingresso de volta. Já outros, segundo Vagner conta ter testemunhado, recusaram o reembolso e rasgaram o ingresso.

No final de nota no site do Mogi, a diretoria pede desculpas aos pais e menores pelos transtornos e constrangimentos e promete uma ação para reparar o momento desagradável.

Conselho desmente Mogi e fala em desorganização

O Conselho Tutelar negou a informação presente em nota de esclarecimento do clube de que aprovou um Termo de Responsabilidade para entrada de menores.

Segundo a conselheira Denise Maretti, o posicionamento foi o de que concordaria com o termo se houvesse esta previsão na decisão judicial. Quando teve acesso à decisão, descartou e defendeu o cumprimento. “O Mogi Mirim está uma desorganização total lá dentro. Eles não providenciaram um monte de itens de segurança. Tiveram prazo para se adequar e não se adequaram”, disparou.

Conselheiras garantiram não ter havido aprovação de Termo. (Foto: Diego Ortiz)
Conselheiras garantiram não ter havido aprovação de Termo. (Foto: Diego Ortiz)

A conselheira diz que a advogada do clube foi com atraso ao juiz de plantão, que não era o da decisão. Segundo Denise conta ter sido informada pelo clube, o juiz de plantão disse que entendia que um Termo de Responsabilidade dos pais bastaria, mas não houve decisão por escrito. “Não é verdade que o Conselho aprovou. Se tem a decisão que ele autoriza, por mim tudo bem. Mas cadê a autorização? Eles falaram que tinha, mas na hora de apresentar, falaram que foi de boca”, explicou Denise, revelando que quando viu a decisão mostrada pela Polícia Militar não houve o que discutir. “Se eu tivesse visto essa decisão antes, eu não teria nem ido até lá. A gente foi lá porque a diretoria do clube acionou, eles queriam que a gente apoiasse. Quiseram jogar a responsabilidade no Conselho. Ordem judicial tem que cumprir”, frisou Denise, entendendo também que faltou transparência do clube até por vender ingresso para menores. “Eles deviam ter dado um destaque na entrada. Proibido entrada de menores por decisão judicial”, colocou.

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