Um dos principais pontos turísticos de Mogi Mirim, o Complexo Esportivo José Geraldo Franco Ortiz, o Lavapés, é reduto diário de esportistas, idosos, famílias e do público em geral. Seja daquele praticante de uma caminhada ou corrida, até o jovem que se diverte ao lado da carroceria de um carro ou nos bancos públicos aos finais de semana, o local atrai inúmeras pessoas e para muitos, é considerado ponto de parada obrigatório. Cercado por restaurantes, bares, estabelecimentos comerciais e um hotel de alto padrão, o local pode ser considerado uma referência, e é dever da Prefeitura oferecer ao público uma área limpa, conservada e estruturada.
Nos últimos anos, o Lavapés foi deixado de lado pelas Administrações. Queixas recorrentes em sua estrutura e promessas de que seria repaginado não faltaram. Poucos momentos fugiam à regra, como dias que antecediam eventos municipais, como a programação do Dia da Independência do Brasil, e shows do aniversário da cidade. Nestes períodos, o que se via era uma área limpa, bem tratada e diferente do cenário presenciado no decorrer do ano, tudo para dar uma cara diferente e mascarar a realidade.
Se a esperança de muitos em notar melhorias na área já havia passado, na última semana, a Prefeitura anunciou um convênio com o Governo do Estado garantindo 3 milhões do Fundo de Interesses Difusos (FID) para o desassoreamento das duas lagoas, revitalização das margens e gradil de proteção da cabeceira do córrego, tudo para evitar a entrada de galhos e sujeiras.
A novidade é um alento e vem de encontro às seguidas promessas da Prefeitura em mudar a cara do Lavapés. Só que não esconde outras necessidades que o local necessita há anos e que beneficiarão diretamente o público que frequenta o lugar. É mais do que claro que o Lavapés precisa de melhorias em suas calçadas, hoje desniveladas e tomada por buracos em diversas partes, troca de lâmpadas e melhor iluminação, substituição de lixeiras, algumas danificadas e alvo de vandalismo, corte de mato e árvores e aumento da segurança, principalmente no período noturno.
Utilizar melhor a área é outra tarefa do poder público. O kartódromo, que poderia ser usado como espaço para atividades e desenvolvimento de práticas, sociais, culturais e até esportivas, está tomado por carros e motos de autoescolas. É preciso olhar para o complexo com outra perspectiva e oferecer à população atrativos que o local realmente merece. Desassorear a lagoa, revitalizar a margem e construir gradil de proteção, é sim o começo de melhorias, mas está longe de ser a solução para uma área tão nobre da cidade. Que o projeto saia do papel e não pare por aí.