sábado, novembro 23, 2024
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Lavouras Centenárias é tema da Coluna Memorial desta semana

De 1.747 a 1.929, destacaram–se na história de Mogi Mirim três grandes lavouras e que trouxeram no auge de seu desenvolvimento riquezas e progresso para nossa terra: cana de açúcar, algodão e café.

Primeiramente, a cana de açúcar. Seu cultivo em Mogi Mirim no século dezoito foi intenso, dando origem a grande cabedal de riquezas, com a produção de açúcar, rapaduras e aguardente. Cerca de meia centena de engenhos com moendas movidas manualmente por escravos, esmagavam a cana e da qual vertiam doces lágrimas, cristalizadas em torrões morenos com a denominação de mascavo ou redondo. Essa lavoura e os engenhos fixaram no solo os primeiros fazendeiros mogimirianos.

Depois, o algodão e com fases de altas e baixas produções. Encanecido pelo sol e com plumas pelas terras mais férteis, liderou por muito tempo o panorama econômico de Mogi Mirim. Uma vez mais, a mão de obra escrava foi primordial no desenvolvimento dessa cultura, plantando, capinando, colhendo e enfardando para transporte a riqueza produzida pela terra amainada pelas abençoadas mãos negras.

Em meados do século dezenove, surgiu a terceira e maior de todas as riquezas mogimirianas – o café – com decisiva transformação de nossa terra, incluindo-a no rol das potências agrícolas da Província e elevando Mogi Mirim entre as mais progressistas e populosas do território paulista.

O ouro negro com passos vacilantes por volta de 1.850, a partir dessa data calçou botas de sete léguas, espalhando-se pelos cerca de 40 mil quilômetros quadrados do município. Entre nossos maiores produtores, estavam os fazendeiros Barão de Cintra, Coronel Leitão, Visconde de Sapucaí, Conde de Parnaíba. Dr. Ulhôa Cintra, Coronel Joaquim Celestino de Abreu Soares, Coronel José Guedes, Dr. João Sertório, Crescêncio Pereira Lima e outros.

A mão de obra africana e crioula, a partir de 1.884, começou a ceder lugar para os colonos imigrantes europeus, com destaque para os italianos e dando novo impulso ao desenvolvimento da rubiácea e injetando riquezas com a chegada dos braços oriundos da península. Foi a fase áurea de Mogi Mirim, que passou a receber figuras de proa dos meios capitalistas e intelectuais de São Paulo. Para o escoamento da crescente produção de café, não mais bastavam as tropas de mulas, carroções e carros de bois. Era necessário um meio de transporte mais eficiente, barato e moderno. Foi por isso que surgiu, em 1.875, a Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, iniciativa mogimiriana e dos seus cafeicultores.

Ao café e seus produtores de Mogi Mirim, uma vasta região paulista deve seu desenvolvimento, criando vilas, municípios e cidades e levando o progresso e riqueza pelos trilhos da Mogiana.

Atualmente os três grandes antigos pilares da economia – cana de açúcar, algodão e café – cederam lugar à soja, milho e laranja, como fatores de riqueza municipal.

Preceito Bíblicos: “Ao Rei dos séculos, ao único Deus, imortal e invisível, honra e glória pelos séculos dos séculos. Segura e digna de ser acolhida por todos é esta palavra: Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores”. (São Paulo a Timóteo – 1 Tm. 1,16-17).

Túnel do Tempo: Em 1º de novembro de 1.751, foi adquirida a primeira imagem de São José e instalada na antiga Matriz e Paróquia. Atualmente, está na Igreja de São Benedito.

Legenda da foto – Escravos moendo cana para fabricação de açúcar, rapadura e aguardente. Imagem de Debret, 1.821.

 

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