Novas moradoras do Complexo Esportivo José Geraldo Franco Ortiz, o Lavapés, as capivaras continuarão a morar no local. Com cada vez mais intimidade e se sentindo à vontade no complexo, já que costumeiramente são vistas percorrendo o Lavapés, os animais não serão retirados dali. A Prefeitura anunciou que, devido à legislação ambiental, não pode retirar as capivaras, e aconselha os munícipes a não chegarem perto dos animais.
Nos últimos dias, reclamações pelas redes sociais davam conta de que um cachorro teria sido atacado por uma das capivaras, o que não foi confirmado pelo Poder Público.
A justificativa é embasada na Lei de Crimes Ambientais 9.605 de 12/2/98 e regulamentada pelo Decreto 6.514, de 22/07/08, no artigo 29. Nele, é informado que não se pode “matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente”.
“As capivaras estão amparadas por legislação ambiental, portanto, não podem ser remanejadas. Elas estão morando em seu habitat e, por serem territorialistas, mesmo em uma hipótese de possível remanejamento, outras viriam e ocupariam o mesmo lugar”, informou o secretário de Sustentabilidade Ambiental, Ivair Biazotto.
Medidas
A Prefeitura anunciou que as secretarias de Sustentabilidade Ambiental e de Saúde realizam acompanhamentos da população das capivaras no Lavapés e recomendam que os munícipes utilizem as áreas específicas de lazer e caminhadas.
“O objetivo é evitar que nenhuma pessoa possa ser contaminada com carrapatos, pois eles sim, podem causar a febre maculosa”, explicou a coordenadora da Vigilância Sanitária, Joalice Franco.
Em 2015, alerta foi emitido e trabalho iniciado
Desde o ano passado, munícipes contestam a presença dos animais no Lavapés, não apenas pelo aspecto da segurança, mas também pela saúde. Amplificadora da bactéria da Febre Maculosa, causa preocupação pelo país, e diversas administrações municipais já adotaram medidas de prevenção aos animais.
Em 2015, ainda na gestão do ex-prefeito Gustavo Stupp (PDT), o Poder Público deu início a um trabalho de ações integradas de vigilância, controle, conscientização e prevenção da população quanto à possibilidade de incidência de febre maculosa.
À época, a Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) enviou um relatório solicitado pelo Executivo, informando que a área tem predisposição para a doença, devido à presença das capivaras, que são animais hospedeiros do carrapato-estrela, transmissor da doença. A constatação era de que a área é predisposta por atrair grande presença de humanos e que carrapatos haviam sido encontrados nos animais. Entretanto, a população não corria nenhum risco, segundo as autoridades.
Recomendações para proteção em áreas de lazer
Caminhar apenas nas áreas já destinadas para passeios públicos como calçadas
Restringir o lazer ou brincadeiras com crianças nos espaços de playground
Cobrir o corpo com roupas claras, se possível longas
Vistoriar o corpo a cada duas ou três horas em busca de possíveis picadas de carrapatos
Em caso de carrapatos fixados à pele
Tomar banho quente utilizando bucha vegetal
Fazer uso de uma pinça, quando possível, procurando remover os carrapatos ou micuins (forma imatura do carrapato) com pequenas torções
Evitar provável contaminação ao não espremer o carrapato com as unhas
Na tentativa de removê-los, não encostar objetos aquecidos como fósforo, cigarro ou agulhas
Procurar o serviço médico casa tenha algum dos sintomas (febre alta, dor de cabeça, aparecimento de pontinhos avermelhados na palma das mãos e solas dos pés, dores no corpo, costas e barriga da perna) e já informar aos profissionais de saúde, auxiliar, enfermeiro ou médico que foi parasitado por carrapato. Isto pode facilitar o rápido diagnóstico
Não há estudos que demonstrem a efetividade do uso de repelentes para carrapatos
Estar sempre atento ao adentrar em áreas de mata
Fonte: Prefeitura